C.L. | Hoje às 00:00
Quando o pai de Nasser, muçulmano nascido em Berlim, Alemanha, soube que o filho era homossexual, ameaçou degolá-lo. Depois de ser regado com água a ferver e gasolina, drogado e sequestrado, Nasser conseguiu levar os pais a tribunal. Foram condenados.
AXEL SCHMIDT/REUTERS
Nasser assumiu a sua homossexualidade quando tinha 15 anos
Foi com 15 anos que Nasser decidiu assumir a sua homossexualidade. A família, muçulmana, considerou-a como "um pecado e uma vergonha". O pai disse que seria capaz de o degolar. Os tios queimaram-no com água a ferver. Depois com gasolina. "Para a próxima deitamos-te fogo", avisaram.
Nasser fugiu de casa, mas a mãe acabou por convencê-lo a regressar. Assim que voltou, foi-lhe dito que iria viajar para o Líbano para casar com "uma bela rapariga". Nasser fugiu novamente. Dessa vez, pediu junto da Comissão de Proteção de Menores de Neuköln, que acabou por retirar a custódia aos pais e decretar a proibição do jovem sair da Alemanha.
Quando Nasser voltou a estar com os pais, foi drogado e metido num carro a caminho da Bulgária. Graças ao alerta emitido pela Interpol, o jovem acabou por ser descoberto pelas autoridades na fronteira com a Roménia. Ao regressar a Berlim, Nasser avançou com o caso para a Justiça. E bastaram dez minutos para o juiz condenar os pais ao pagamento de uma multa de 1350 euros.
Também escolheu falar com a Imprensa. Queria denunciar a sua história, algo que não é caso raro entre a comunidade muçulmana berlinense. Os casamentos forçados, os sequestros e os castigos corporais são práticas comuns, segundo dados avançados pela Imprensa alemã.
Fonte: http://www.jn.pt/
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