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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Comentários racistas valem perda de títulos honoríficos a Prémio Nobel da Medicina

Brent N. Clarke/ Getty Images

O laboratório que James Watson, prémio Nobel da Medicina em 1962, dirigiu considera que as suas opiniões sobre as diferenças de inteligência entre raças são "repreensíveis", além de "injustificáveis pela ciência"

Aos 90 anos, o cientista norte-americano co-responsável pela descoberta da estrutura em dupla hélice da molécula de ADN viu serem-lhe retirados, na semana passada, vários títulos honoríficos que recebeu ao longo da carreira, graças aos seus comentários na televisão. Num programa emitido no início deste mês, James Watson reiterou a sua convicção de que há diferenças de inteligência entre raças e que a genética o justifica.
O Laboratório Cold Spring Harbor, de que foi diretor e mais tarde presidente (cargo que deixou em 2003), já se demarcou destas declarações, que classifica como "opiniões pessoais sem fundamento e irresponsáveis".
A primeira vez que James Watson manifestou este seu polémico ponto de vista foi em 2007, em declarações ao Sunday Times, para justificar a sua posição "sombria" sobre África: "Todas as nossas políticas têm por base o facto de a inteligência deles ser a mesma que a nossa, quando todos os testes dizem que não é bem assim." Na altura, o geneticista chegou ao ponto de dizer que, embora "esperasse" que todos fossem tratados de forma igual, "as pessoas que têm de lidar com funcionários negros sabem que isto não é verdade".
Watson acabou por pedir desculpa e retratar-se, mas abandonou o cargo de chanceler que ocupava no laboratório.
Agora, está em causa o documentário da PBS que foi para o ar no dia 2 de janeiro, em o cientista vai mais longe e afirma que as diferenças de QI entre caucasianos e outras raças se refletem no ADN.
Para o Cold Spring Harbor, que ainda tem uma escola com o seu nome, estas considerações "revertem" o pedido de desculpas de 2007 e, por isso, a insituição decidiu retirar ao seu ex-dirigente três títulos honoríficos.
James Watson recebeu o Prémio Nobel da Medicina com Maurice Wilkins e Francis Crick, em 1962, pelo "modelo de dupla hélice" para a estrutura da molécula de ADN, mas, depois de anos no papel de persona non grata dentro do meio científico e não só, acabaria por leiloar a sua medalha em 2014, por mais de 3,5 milhões de euros.
Atualmente, o biólogo encontra-se internado, a recuperar de um acidente de viação, em outubro. À Associated Press, o filho adianta que a sua perceção do que o rodeia é "mínima".

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