Como escrevi dia 30 de janeiro, neste blog (Ver "PASADENA, DILMA E A CHEVRON")
Detalhe: Claro que a proposta da Chevron, para compra do que se classificou como sucata, não chega nem perto do valor real.
-=-=-=-=
DOM, 03/02/2019 - 08:32
ATUALIZADO EM 04/02/2019 - 07:30
Pasadena, a realidade dentro da ideologia, por André Araujo
A direita raivosa usou a compra da refinaria de Pasadena no Texas, pela Petrobras, como simbolo máximo de mau negócio causado pela corrupção. Agora a tal refinaria, dada como sucata, foi vendida por US$ 562 milhões para a segunda maior e a mais lucrativa petrolifera americana, a CHEVRON.
O valor da venda corresponde à metade do valor da compra depois de 13 anos. Se a refinaria não recebeu novos investimentos, o valor da venda corresponde ao valor da compra menos a depreciação material e tecnologica nestes 13 anos, portanto é um negócio dentro da normalidade do mercado, MAS há outro fator: ativos petrolifertos oscilam de valor de acordo com a cotação do barril e com inúmeras outras condições de mercado.
Os paladinos das privatizações no Brasil tem alardeano que as refinarias da PETROBRAS no Brasil valem muito pouco porque são muito antigas, já preparando o terreno para vendas a preço de banana.
A compra de PASADENA não foi realizada como puro investimento pela Petrobras. A lógica era ter uma refinaria pronta para refinar ÓLEO PESADO produzido no Brasil porque a nossas refinarias, por serem antigas, foram capacitadas para refinar ÓLEO BRENT, ou seja. leve, que é o padrão do mercado internacional.
O óleo pesado, produzido no Brasil e Venezuela, exige refinarias adaptadas a esse óleo, que é mais grosso. Boa parte do diesel e gasolina consumida no Brasil é importado de refinarias no exterior por falta de capacidade de refino no Brasil. A compra de Pasadena inseria-se nessa lógica.
As refinarias brasileiras, com exceçao da mais nova, a Abreu e Lima, em Recife, foram construídas para refinar óleo importado, porque na época da sua construção, o Brasil não produzia petróleo cru em grande quantidade, refinava-se óleo importado tipo Brent. O nosso óleo tipo Marlin surgiu com a bacia de Campos, quando as refinarias nacionais já existiam e desde então esse óleo é enviado para o exterior para refino.
O Texas tem muitas refinarias para esse tipo de óleo, inclusive oito da PDVSA, para refinar petróleo venezuelano. A lógica de Pasadena estava dentro da necessidade imediata de refino do petróleo produzido pela própria Petrobras no Brasil.
Se Pasadena fosse a sucata pintada nos comentários lavajatenses, jamais a Chevron pagaria mais de meio bilhão de dólares por essa refinaria. Fica o registro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário