- Uma piedade indefinida diante do sacrifício da mata o entorpecera. Sentia que um pouco da beleza e do esplendor da terra ia morrer.
E Milkau vibrava com a recordação de todo o sofrimento que o homem tem causado no mundo, passando indiferente sem ouvir o gemido do mar rasgado, a queixa da floresta ardente, o estremecimento do ar cortado, por toda a parte destruindo como um fatal portador da morte a integridade da forma.
E em roda dele a vida em tudo: na terra geradora, na mulher que ele ama, no pó que pisa. Tudo vive, tudo tem uma voz, uma alma na harmonia eterna do Universo... Mas, ainda assim, Milkau perdoava ao homem. Compreendia a fatalidade do seu destino e resignava-se, numa subordinação indiscutível e indefinida, à necessidade.
GRAÇA ARANHA - Canaã.
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