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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

E OS POBRES DE DIREITA DO BRASIL TÊM PAVOR DE CUBA - Brasil abaixo de Cuba, na medição do IDH


O resultado do IDH do Brasil é a vitória do pato amarelo

Na América Latina, o Brasil está atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba (isso mesmo, vai pra Cuba!), México, Peru e Colômbia

Por Renato Rovai 15 dez 2020 - 10:53
O pato da Fiesp na Paulista - Reprodução/Facebook
Hoje saiu um novo resultado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O Brasil caiu da 79ª colocação para a 84ª entre 189 nações avaliadas no primeiro ano do governo Bolsonaro, 2019.

O IDH é composto pela expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e a renda. O índice do Brasil em 2019 ficou em 0,765.

Na América Latina, o Brasil está atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba (isso mesmo, vai pra Cuba!), México, Peru e Colômbia.
Isso não é exatamente uma novidade. A novidade é que voltamos a um patamar anterior, quando ao invés de avançar, regredíamos.

Por mais que os neoliberais digam ao contrário, os dados são contundentes.

Durante os dois mandatos de Lula e o primeiro de Dilma o Brasil evolui num ritmo consistente neste índice. Ciclo que só foi interrompido em 2016.

Um dos fatores que nos levaram a perder fôlego nesse movimento é o aumento da desigualdade social. O país voltou a ter miseráveis e a distância entre eles e o topo da pirâmide se alargou.

O pato amarelo da Fiesp venceu o Bolsa Família e os programas de distribuição de renda. Derrotou o Minha Casa, Minha Vida. Levou à reforma trabalhista que arrancou direitos e diminuiu a renda do assalariado, tirou dinheiro do SUS e da educação e fez diminuir a expectativa de vida entre os mais pobres.

O pato amarelo desfilando na avenida com porta-bandeiras embrulhados na bandeira do Brasil ao som do hino nacional não era só um ensaio de Carnaval. Ele tinha seu preço.

Estamos voltando a olhar pra baixo da escada do índice de Desenvolvimento Humano ao invés de focar no topo ou ao menos atingir o padrão de alguns dos hermanos latinos.

E mesmo com tudo isso e depois de quatro anos onde nada se moveu pra melhor, ainda existem aqueles que consideram que o problema do país é que num dado momento uma presidenta criou, entre outras coisas. uma lei regulamentando a profissão de doméstica.

O Brasil não é só um país injusto, ele tem uma classe dominante horrenda e escravocrata. Isso é que explica o pato amarelo e suas consequências atuais.


Jornalista, mestre em Comunicação pela ECA/USP e doutor pela UFABC. Mantém o Blog do Rovai. É editor da Fórum.

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