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quinta-feira, 8 de julho de 2021

SENSO DE JUSTIÇA - DAMOUS é um democrata e sabe o que diz

Advogado e ex-deputado Wadih Damous criticou a decisão do senador Omar Aziz contra o ex-diretor do Ministério da Saúde. "Não defendo a tese de que lava jato no dos outros não arde", disse

7 de julho de 2021, 21:02 h Atualizado em 7 de julho de 2021, 21:02
Wadih Damous pergunta: “E FHC? E Aécio Neves?”


247 - O advogado e ex-deputado Wadih Damous criticou a prisão do ex-diretor do Ministério da Saúde Renato Dias, decretada pelo presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, sob a justificativa de mentir em depoimento ao colegiado.

Pelo Twitter, Damous classificou a prisão como uma "decisão arbitrária" que não ajudará nas investigações. "As mentiras que ele contou devem ser apuradas em inquérito específico. Não ensejam flagrante. Não defendo a tese de que lava jato no dos outros não arde", afirmou Wadih Damous.

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias recebeu ordem de prisão do presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), por considerar que o ex-servidor mentiu em depoimento ao colegiado nesta quarta-feira.

Dias foi acusado por Luiz Paulo Dominguetti, que afirma ser representante de uma empresa que negociou a venda de doses de vacina contra Covid-19 ao Ministério da Saúde, de ter pedido propina na negociação.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Dias negou a acusação e disse que teve um encontro com Dominguetti de maneira casual, "incidental".

Áudios de mensagens do celular de Dominguetti divulgados na CPI, no entanto, fragilizaram a versão de Dias, dando a entender que o encontro já estaria agendado previamente.

Senadores --e não apenas os alinhados ao governo, mas os considerados da ala mais independente e de oposição-- chegaram a pedir que Aziz reconsiderasse sua decisão de prender Dias, sob o argumento que depoentes anteriores também teriam faltado com a verdade na CPI e não receberam voz de prisão.

Aziz manteve-se firme, no entanto, e Dias deixou a sala da CPI sob guarda da polícia Legislativa.

"Prender alguém não é uma decisão fácil. Mas, não aceito que a CPI vire chacota. Temos mais de 527 mil mortos nesta pandemia. E gente fazendo negociata com vacina. A comissão busca fazer justiça pelo Brasil", disse Aziz em publicação no Twitter.

"Não vamos ouvir historinha de servidor que pediu propina. E quem vier depor achando que pode brincar, terá o mesmo destino", continuou.

Mais cedo, Dias, que foi exonerado do cargo no Ministério da Saúde, disse à CPI que teria ido a um restaurante em um shopping de Brasília para um chopp com um amigo e, na ocasião o coronel do Exército Marcelo Blanco, com quem trabalhou no ministério, apareceu e lhe apresentou Dominguetti.

O cabo da PM de Minas teria dito que tinha 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. Dias teria respondido que sabia do assunto, mas faltavam documentos para dar andamento à compra. Dominguetti supostamente afirmou ter os documentos e foi marcada uma reunião no dia seguinte na sede da pasta.

"Nunca pedi nenhum tipo de vantagem ao sr. Dominguetti e nem a ninguém", disse Dias.

O ex-servidor também foi acusado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e pelo irmão do parlamentar, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, de exercer pressão a favor da compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin. O servidor exonerado também negou a acusação e chamou Luis Miranda de "picareta".

"Acerca da denúncia do deputado Luis Miranda a respeito da Covaxin, não tive participação alguma na escolha da empresa, do produto, dos quantitativos disponíveis, do cronograma de entrega ou da definição de preço, nem tampouco condições contratuais, a mim cabendo, no âmbito das vacinas Covid-19, atos ordinários para a consecução do processo administrativo e medidas operacionais de logística", disse.

O ex-servidor da Saúde negou ainda que tenha sido indicado ao cargo de logística pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Admitiu, no entanto, que exerceu cargos de confiança no governo do Paraná quando a esposa de Barros, Cida Borghetti, era governadora.

Fonte: Brasil 247

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