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sábado, 19 de outubro de 2013

Polícia investiga mistério sobre menina encontrada em comunidade cigana na Grécia


Após teste de DNA dar negativo, casal que se dizia pai da garota é preso sob acusação de sequestro

Autoridades suspeitam que Maria, de 4 anos, foi vítima de tráfico de crianças, e investigam sua identidade


O GLOBO

COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS



Cabelo loiro e olhos azuis despertaram desconfiança das autoridades sobre a procedência da menina AFP


ATENAS - Numa batida em busca de drogas e armas numa comunidade cigana, foi outro fator que chamou a atenção dos agentes da polícia grega responsáveis pela operação: uma menina loira, de olhos azuis, que destoava dos demais moradores. A garota de cerca de 4 anos, chamada Maria, não parecia em nada com o casal com o qual vivia. Testes de DNA revelaram que ela não era, de fato, filha deles. E agora os agentes investigam qual seria a verdadeira identidade da menina. Eles suspeitam que ela tenha sido vítima de uma rede de tráfico de crianças.

Dez dos 14 filhos que o casal registra como seus estão desaparecidos. A menina foi encontrada na quarta-feira, perto de Farsala, na região central da Grécia. A comunidade cigana fica cerca de 280 quilômetros ao norte de Atenas. Maria foi descoberta por uma promotora de Justiça que acompanhava a operação policial.

- Ela viu uma cabecinha loira saindo debaixo das cobertas. Achou aquilo estranho, e foi assim que tudo começou - disse Costas Giannopoulos, diretor da instituição de caridade “O sorriso de uma criança”, que está cuidando da menina.

O casal - um homem de 39 anos e uma mulher de 40 - foi preso sob acusação de sequestro de uma menor de idade. A polícia grega pediu a ajuda da Interpol para encontrar a família verdadeira da criança. Já a instituição de Giannopoulos tem procurado o apoio de grupos internacionais de assistência a crianças desaparecidas e vítimas de abusos.

- As feições sugerem que ela pode ser de um país do Leste ou Nordeste europeu - disse o chefe da polícia regional, Panayiotis Tziovaras.

Versões contrastantes

Segundo os investigadores, o casal que cuidava de Maria ofereceu diferentes versões de como encontraram a menina. Numa delas, ela teria sido achada envolvida num cobertor; em outra, teria sido entregue a eles por estranhos e, finalmente, que ela tinha pais estrangeiros.

- Só porque (o suspeito) tinha documentos falsos não quer dizer que ele seja um sequestrador. O casal ama a menina como se fosse dele - disse a advogada do casal, Marietta Palavra.

A desconfiança da polícia vem da facilidade com que se pode burlar o sistema de registros de nascimento da Grécia. Até cinco meses atrás, não existia um registro central. Nesta sexta-feira, a prefeitura de Atenas divulgou um comunicado queixando-se de que a legislação grega “extremamente problemática e antiquada” permite que as pessoas registrem bebês como seus apenas com base numa declaração verbal, confirmada por outras duas testemunhas. Além disso, os pais podem esperar para registrar seus filhos até que eles tenham 18 anos.

- Estamos chocados de ver quão fácil é para as pessoas registrar crianças como se fossem suas. Há muito mais a se investigar. Há outras crianças registradas (pelo casal) que não foram encontradas na comunidade. Por isso, acredito que a polícia irá desvendar um caso que não terá apenas a ver com a menina - disse Giannopoulos.



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Iain McKell e os ciganos da nova era
Fotógrafo registra o estilo de vida desses nômades no Reino Unido, ainda usando carroças mas ligados pela tecnologia

CAROL LUCK - TRANSCULTURA * (EMAIL)

Uma das imagens do livro “The new gypsies” Divulgação/Iain McKell


RIO - Utilizando carruagens puxadas por cavalos ao mesmo tempo em que desfrutam de tecnologias como smartphones, energia solar e até contas no Facebook, o curioso estilo de vida dos ciganos do século XXI retratado pelo fotógrafo Iain McKell em seu livro “The new gypsies” revela o fascinante movimento de contracultura nômade britânica, sobre o qual poucos ouviram falar.

Mais conhecido por seu trabalho no mundo da moda, o primeiro registro de McKell desses viajantes aconteceu em 1986. Foi a década em que um grupo de jovens de diferentes classes sociais batizados de “New Age Travellers” (“viajantes da nova era”), alimentados pelo espírito punk, pela filosofia anarquista e pelas crenças hippies, subiu a bordo de uma frota de ônibus velhos rumo a uma vida de liberdade nômade, transitando entre festivais de música e acampando em sítios clandestinos.

Quinze anos depois, McKell foi ao Stonehenge Summer Solstice — festival anual que reúne milhares de pessoas no histórico monumento — em busca dos viajantes do chamado “Peace Convoy” (“comboio da paz”) que havia fotografado. Qual não foi sua surpresa ao encontrá-los e perceber que haviam trocado suas vans e ônibus velhos por carroças puxadas por cavalos.

— Não foi difícil achá-los já que eles eram os únicos em carroças. Mas o que me deixou mais fascinado foi ver que ao mesmo tempo em que usavam carruagens e cavalos, tinham acesso a todo tipo de gadgets e tecnologias modernas, como telefones celulares, laptops e até contas em redes sociais — conta McKell, por e-mail. — Amei essa ideia do velho e do novo juntos na estrada aberta. Foi então que decidi seguir esses novos ciganos durante dez anos registrando seu estilo de vida.

Publicado pela Prestel Publishing em 2011 e com uma nova edição, revista e ampliada, prevista para o começo de 2014, “The new gypsies” — que pode ser comprado também pelo site iainmckell.com — mostra as transformações sofridas pelo movimento ao longo dos anos, registrando vários momentos na vida dos viajantes, das celebrações em festivais no verão à vida interiorizada no inverno. Seus personagens têm um estilo único. Ao mesmo tempo em que a atmosfera das fotos transparece uma certa melancolia nostálgica, os viajantes exibem no olhar um claro orgulho por serem outsiders.

— Essas pessoas vivem uma vida independente da sociedade e são muito felizes e realizadas, viajando, trabalhando e cuidando de seus cavalos — diz McKell, que se tornou amigo de muitos dos viajantes. — Eles são apaixonados pela comunidade em que vivem, não deixam nenhum rastro de carbono pelo caminho e levam um estilo de vida sustentável onde o dinheiro não é o principal objetivo para a existência. É preciso muita coragem e sabedoria.

* Carol Luck escreve na página Transcultura, publicada às sextas-feiras no Segundo Caderno


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