A repórter caprichou na crueza dos detalhes mórbidos.
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Ex-servidor da prefeitura é morto com três tiros na cabeça
Aline Torres
FLORIANÓPOLIS
Na lamacenta servidão Altos da Boa Vista, encruzilhada no Saco dos Limões, o corpo do ex-servidor da Prefeitura de Florianópolis Edígio Giós foi carregado pela equipe da Delegacia de Homicídios da Capital e colocado dentro do camburão do Instituto Geral de Perícias às 18h. A chuva fina não levou ninguém de volta às casas. A comunidade quis assistir a passagem do morto embalado num saco preto, parecido com os usados para carregar instrumentos musicais. Nenhuma lágrima foi derramada. As crianças espichavam o passo para estar lado a lado com o cadáver e se divertiam: “Olha só ele ainda tá molinho”, “Queria ver a cabeça dele”.
Edígio foi morto uma hora e trinta minutos antes da chegada da polícia. Quando o casebre com cinco passos de comprimento e três de largura foi invadido ele não teve tempo para se levantar da cama. Na cabeceira do colchão o sangue pingava no chão de madeira. O homem foi baleado com três tiros no rosto.
Assim, que o corpo era levado escadaria abaixo a vizinhança carregava os bens “valiosos” do defunto: ventilador, torradeira. Outros pertences já haviam desaparecido: máquina de lavar, videogame e televisão. O delegado Ênio Matos abrirá inquérito para investigar a morte. A equipe da Civil crê no roubo como a motivação do crime.
Os moradores da servidão não têm a mesma certeza. Segundo eles, Edígio tinha muitos inimigos. Durante os porres saía distribuindo impropérios. As garrafas vazias de vinho, cachaça e cerveja jogadas no pátio da casa comprovam a má fama do, agora, ex-servidor da Prefeitura. Edígio operava a retroescavadeira do município.
Fonte: NOTICIAS DO DIA
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