LONDRES/INGLATERRA - Apenas 80 pessoas detêm a mesma riqueza que metade da população mundial, ou 3,5 bilhões de pessoas, aponta relatório da ONG britânica Oxfam. Os dados, de 2014, mostram um aumento da desigualdade, já que em 2013 eram 85 bilionários.
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Em 2009, o número era de 388. Por outro lado, a parcela do 1% mais rico da população mundial está perto de controlar a maior parte da riqueza global. O grupo detinha 48% de toda a riqueza mundial no ano passado, frente a uma fatia de 44% em 2009.
A previsão da organização é de que a participação deve passar de 50% em 2016. O alerta é direcionado aos participantes do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
"A escala da desigualdade global está simplesmente excessiva. A diferença entre os ricos e os demais está aumentando em velocidade muito rápida", afirmou, em comunicado, a diretora-executiva da Oxfam, Winnie Byanyima.
Segundo a Oxfam, a crescente desigualdade está restringindo a luta contra a pobreza global e que, apesar do tema estar na agenda mundial, as diferenças estão aumentando. Winnie ressaltou que, embora líderes globais como o presidente dos Estados Unidos Barack Obama e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) venham defendendo a luta contra a extrema desigualdade econômica mundial, "ainda vemos muitos apenas falando".
"Queremos realmente viver em um mundo onde um por cento é dono de mais do que o resto de nós combinado? Manter os negócios como de costume para a elite não é uma opção sem custos. O fracasso em lidar com a desigualdade vai atrasar a luta contra a pobreza em décadas. Os pobres são atingidos duas vezes com a desigualdade crescente: eles recebem uma fatia menor do bolo econômico e, porque a extrema desigualdade prejudica o crescimento, há um bolo menor para ser compartilhado", disse Winnie.
A Oxfam informou que iria pedir durante o encontro realizado em Davos, este ano, que sejam tomadas atitudes para se lidar com a desigualdade crescente, incluindo a repressão contra a evasão fiscal por corporações e o avanço em direção a um acordo global sobre as mudanças climáticas.
De acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, os mais ricos do mundo adicionaram US$ 92 bilhões a suas fortunas em 2014. O maior ganhador foi o fundador do site de e-commerce chinês Alibaba, Jack Ma, ao lado de outros ganhadores, como o megainvestidor Warren Buffett e o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU
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