Com o fundador da WikiLeaks a viver há quase seis anos na embaixada equatoriana em Londres para evitar ser extraditado, a ministra dos Negócios Estrangeiros do país diz que “nenhuma solução será alcançada sem cooperação internacional e sem a cooperação do Reino Unido”
Joana Azevedo Viana
O governo do Equador diz que está a considerar convidar uma terceira parte para agir como mediadora no longo conflito entre o Reino Unido e Julian Assange, o fundador da WikiLeaks que está a viver desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres sob asilo político para evitar ser extraditado.
Em declarações aos jornalistas esta terça-feira, a chefe da diplomacia equatoriana disse que, ao final de quase seis anos, a situação tornou-se "insustentável". Assange refugiou-se inicialmente na missão diplomática do Equador para combater uma ordem de extradição da Suécia, onde era acusado de ofensas sexuais.
Essa acusação foi arquivada em maio do ano passado, mas o australiano continua a temer ser extraditado para os EUA caso abandone a embaixada, por ter alumiado a publicação de documentos confidenciais do Exército norte-americano.
"Estamos a considerar e a explorar a possibilidade de mediação", declarou na terça-feira a ministra equatoriana dos Negócios Estrangeiros, Maria Fernanda Espinosa, mediação essa que poderá envolver um "terceiro país ou personalidade". "Uma pessoa não pode viver nestas condições para sempre", sublinhou.
Assange, que é cidadão da Austrália, fez manchetes em 2010 quando a organização de delação por ele fundada publicou um vídeo captado por um helicóptero do Exército norte-americano que mostrava militares a matarem civis no Iraque.
A polícia metropolitana de Londres continua a garantir que, apesar de as acusações formais na Suécia terem sido arquivadas, Assange será ainda assim preso se abandonar o edifício da embaixada do Equador, sob o argumento de que violou uma ordem judicial de 2012 que o obrigava a entregar-se às autoridades.
O Reino Unido continua a rejeitar dar garantias de que ele não será extraditado para os EUA caso respeite essa ordem do tribunal. "Nenhuma solução será alcançada sem cooperação internacional e sem a cooperação do Reino Unido, que também já demonstrou interesse em encontrar uma solução", declarou ontem Espinosa.
Em 2016, a ONU ditou que Assange está a ser vítima de "detenção arbitrária" e que, face a isso, deve ser autorizado a abandonar a embaixada do Equador sem sofrer represálias e ser compensado pela sua "privação de liberdade". O ditame do painel, que sustenta o agumento da equipa de defesa de Assange sobre estar "detido ilegalmente" foi rejeitado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
Em resposta às declarações de Espinosa, um porta-voz do governo britânico disse que "o governo do Equador sabe que a forma de resolver este assunto é Julian Assange abandonar a embaixada para enfrentar a Justiça".
Joana Azevedo Viana
O governo do Equador diz que está a considerar convidar uma terceira parte para agir como mediadora no longo conflito entre o Reino Unido e Julian Assange, o fundador da WikiLeaks que está a viver desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres sob asilo político para evitar ser extraditado.
Em declarações aos jornalistas esta terça-feira, a chefe da diplomacia equatoriana disse que, ao final de quase seis anos, a situação tornou-se "insustentável". Assange refugiou-se inicialmente na missão diplomática do Equador para combater uma ordem de extradição da Suécia, onde era acusado de ofensas sexuais.
Essa acusação foi arquivada em maio do ano passado, mas o australiano continua a temer ser extraditado para os EUA caso abandone a embaixada, por ter alumiado a publicação de documentos confidenciais do Exército norte-americano.
"Estamos a considerar e a explorar a possibilidade de mediação", declarou na terça-feira a ministra equatoriana dos Negócios Estrangeiros, Maria Fernanda Espinosa, mediação essa que poderá envolver um "terceiro país ou personalidade". "Uma pessoa não pode viver nestas condições para sempre", sublinhou.
Assange, que é cidadão da Austrália, fez manchetes em 2010 quando a organização de delação por ele fundada publicou um vídeo captado por um helicóptero do Exército norte-americano que mostrava militares a matarem civis no Iraque.
A polícia metropolitana de Londres continua a garantir que, apesar de as acusações formais na Suécia terem sido arquivadas, Assange será ainda assim preso se abandonar o edifício da embaixada do Equador, sob o argumento de que violou uma ordem judicial de 2012 que o obrigava a entregar-se às autoridades.
O Reino Unido continua a rejeitar dar garantias de que ele não será extraditado para os EUA caso respeite essa ordem do tribunal. "Nenhuma solução será alcançada sem cooperação internacional e sem a cooperação do Reino Unido, que também já demonstrou interesse em encontrar uma solução", declarou ontem Espinosa.
Em 2016, a ONU ditou que Assange está a ser vítima de "detenção arbitrária" e que, face a isso, deve ser autorizado a abandonar a embaixada do Equador sem sofrer represálias e ser compensado pela sua "privação de liberdade". O ditame do painel, que sustenta o agumento da equipa de defesa de Assange sobre estar "detido ilegalmente" foi rejeitado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
Em resposta às declarações de Espinosa, um porta-voz do governo britânico disse que "o governo do Equador sabe que a forma de resolver este assunto é Julian Assange abandonar a embaixada para enfrentar a Justiça".
Fonte: EXPRESSO PT
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