Análise do Politico, com base em documentos judiciais e do Congresso, testemunhos públicos e artigos nos media, dá conta de pelo menos 270 pessoas na mira do conselheiro especial que está a liderar os inquéritos à ingerência russa e ao alegado conluio entre a equipa do agora Presidente e o Kremlin
Entre os nomes mais sonantes contam-se o de Steve Bannon — ex-chefe de estratégias da Casa Branca e ex-aliado de Trump que acabou de ser intimado por Mueller a prestar depoimentos perante um grande júri federal — e o de Donald Trump Jr., o filho mais velho do Presidente que, em junho de 2016, se encontrou com uma advogada ligada ao Kremlin porque, lê-se num dos emails que trocou com um intermediário, o governo russo queria "ajudar" o seu pai a derrotar Hillary Clinton nas urnas em novembro desse ano.
A maioria das pessoas citadas, contudo, (ainda) não são conhecidas pelo público em geral. Em conjunto, os 270 nomes ajudam a entender a forma como a equipa de Mueller está a montar o puzzle russo para perceber se houve ou não conluio entre Trump e o Kremlin e quem esteve por trás dessas ações ilegais.
Do total de pessoas já na mira do conselheiro especial, que assumiu a chefia dos inquéritos em maio após Trump ter despedido James Comey por este se ter recusado a suspender um desses inquéritos, pelo menos 138 têm ligações ao atual Presidente norte-americano e/ou aos seus negócios.
Dessas, 73 desempenharam papéis na campanha republicana do empresário, 44 são advogados, 27 integram ou integraram a dado momento a administração Trump, 24 estiveram envolvidas na transição para a Casa Branca e 12 estão diretamente ligadas à Organização Trump.
Dos 53 cidadãos estrangeiros que também estão a ser analisados por Mueller, 39 têm ligações à Rússia, contando-se entre eles Christopher Steele, ex-espião britânico e autor de um disputado dossiê com alegados podres sobre Trump que o Kremlin esteve a reunir nos últimos anos; Natalia Veselnitskaya, a advogada russa que se encontrou com Trump Jr. e outros membros da equipa do empresário na Torre Trump durante a campanha; e Sergey Kislyak, o homem que foi embaixador da Rússia em Washington até agosto de 2017.
Até agora, aponta ainda o Politico, a maioria dos envolvidos nos inquéritos — 172 dos 270 — estão na lista de Mueller pelo papel desempenhado nos contactos com a Rússia ou por ligações a Trump.
Pelo menos 43 das restantes pessoas de interesse estão na mira de Mueller por possível obstrução à Justiça cometida pelo próprio Presidente ou por pessoas próximas dele, nomeadamente no âmbito do afastamento de Comey, no rescaldo da denúncia do encontro do seu filho e do seu genro, Jared Kushner, com Veselnitskaya e nas recentes "instruções" da Casa Branca a Bannon para que não respondesse a questões dos legisladores no Congresso.
Fonte: EXPRESSO PT
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