Estudo mostra a atividade cerebral numa pessoa após a ingestão de alimentos com alto índice glicémico.
Por:Catarina Nobre
Investigadores norte-americanos descobriram que comer em demasia alimentos com alto índice glicémico, como pão e batatas, pode desencadear no cérebro o mesmo mecanismo do vício ligado ao consumo de heroína e nicotina, avança o jornal britânico 'Daily Mail'.
De acordo com um estudo, publicado no ‘American Journal of Clinical Nutrition’, comer hidratos de carbono altamente processados pode causar excesso de apetite e estimular certas regiões do cérebro a sentir mais desejos.
Pergunta CM
Concorda com as conclusões deste estudo?
Esta parte do cérebro também está ligada ao abuso e dependência de substâncias, o que leva alguns investigadores a questionarem se determinados alimentos podem ou não ser viciantes.
Segundo o 'Daily Mail', o líder do estudo, David Ludwig, médico no Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, procurou saber como é que a ingestão de alimentos é regulada por centros de prazer no cérebro, que contêm dopamina, neurotransmissor que controla o humor, emoções, o sono e a memória.
A mesma publicação explica que 12 homens com excesso de peso participaram no teste. A todos foi dado a beber dois tipos de batido com as mesmas calorias. A única diferença é que um dos batidos continha um índice glicémico alto, tornando mais rápida a digestão, e o outro baixo índice glicémico, que faz com que a digestão seja mais lenta.
Nos participantes que beberam o batido com o índice glicémico mais alto verificou-se um aumento inicial dos níveis de açúcar no sangue, seguido de uma queda acentuada quatro horas depois. Esta diminuição da glicose no sangue foi associada ao apetite excessivo e à intensa atividade do 'núcleo accumbens’, uma região do cérebro responsável pelo comportamento viciante.
Os resultados sugerem que colocar limites nas refeições com alimentos de alto índice glicémico pode ajudar as pessoas obesas a reduzir os desejos e a controlar o impulso de comer demais.
Para o médico David Ludwig, os resultados desta pesquisa “podem dar novas direções ao tratamento da obesidade”, cita o jornal britânico.
Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)
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