Investigadores terão acesso irrestrito à instituição, acusada de lavagem de dinheiro
O Estado de S. Paulo
VATICANO - O papa Francisco ordenou nesta quarta-feira, 26, a criação de uma comissão formada por cinco pessoas para reformar o Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano.A implementação de mudanças no IOR, envolvido há anos em vários escândalos financeiros internacionais e acusado de falta de transparência, era junto com a reforma da Cúria romana duas das decisões que se esperavam do pontificado de Francisco.
Efe
Papa Francisco quer reformar o Banco
A comissão terá como objetivo recolher informação sobre o trabalho do IOR para se chegar a uma melhor harmonização do instituto com a missão da Igreja Católica, informou por meio de uma nota o gabinete de imprensa do Vaticano. Segundo o comunicado, a comissão foi criada dia 24 de junho e já está trabalhando. O órgão poderá solicitar a ajuda de colaboradores e assessores, assim como de diretores do IOR e de todo seus funcionários.
"A formação da comissão é um desejo do papa para conhecer melhor "a posição jurídica e as atividades do Instituto", disse a nota." A comissão recolherá documentos, dados e informações necessárias para o desenvolvimento de suas funções institucionais.O segredo profissional e outras restrições estabelecidas pelo ordenamento jurídico (do IOR) não limitarão o acesso à comissão."
Os cinco membros da equipe da comissão terão que informar periodicamente ao papa sobre seu trabalho e entregar um relatório final. Ainda não se sabe por quanto tempo o órgão funcionará.
Em 15 de fevereiro, o advogado alemão Ernest von Freyberg, de 55 anos, foi nomeado novo presidente do IOR, em substituição do italiano Ettore Gotti Tedeschi, destituído em 24 de maio do ano passado pelo Conselho de Supervisão da entidade após ser acusado de irregularidades. Tedeschi está sendo investigado pelo Ministério Público de Roma por suposta violação das normas sobre a prevenção de lavagem de dinheiro.
O IOR foi fundado por Pio XII em 1942 e tem personalidade jurídica própria. Ao todo, 112 pessoas trabalham no banco e sua única agência está no Vaticano. O IOR foi reformado em 1989 por João Paulo II e em 30 de dezembro de 2010 Bento XVI aprovou uma lei contra a lavagem de dinheiro nas instituições financeiras do Vaticano, com o objetivo de entrar na chamada "lista branca" de Estados que respeitam as normas para combater este crime. / EFE
Fonte: ESTADO DE SP
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