O processo de santificação foi iniciado, mas os judeus pedem que ele só prossiga depois que os documentos do Vaticano sobre o período do Holocausto sejam abertos.
por Leiliane Roberta Lopes
O presidente do Comitê Judaico Internacional, Lawrence Schiffman, mostrou preocupação com canonização de Pio 12, papa que foi acusado de fazer vista grossa durante o Holocausto.
Em reunião com o papa Francisco nesta segunda-feira (24) o líder judaico não escondeu sua insatisfação com os esforços de canonizar Pio 12, criticando a falta de acesso aos documentos que falam sobre a história da Igreja e do povo judaico durante este período.
Pio 12 foi papa entre os anos de 1939 a 1958, durante o período do regime nazista da Alemanha. Há quem diga que o papa não teria se empenhado para coibir a perseguição aos judeus e de pregar a salvação em reuniões internas, um discurso que se fosse dito publicamente poderia ter piorado a situação.
O pedido do líder judaico é para que Francisco interrompa o processo de santificação que está em estágio inicial. Schiffman pediu para que a canonização só siga depois que os arquivos do Vaticano relativos a essa época sejam abertos.
“A comunidade judaica continua preocupada com os esforços para canonizar o papa Pio 12 enquanto inúmeros documentos pertencentes à história da Igreja e do povo judaico durante os sombrios anos do Holocausto continuam fechados à investigação acadêmica externa”, disse o presidente da entidade judaica.
Durante a reunião, Francisco evitou falar em Pio 12 e disse que “devido às nossas raízes comuns, um cristão não pode ser antissemita”. Ele não respondeu ser irá ou não acatar o pedido e paralisar o processo para santificar o ex-papa.
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