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Até há pouco tempo, o mundo de crime italiano tinha tido uma vertente nacionalista peculiar. As associações criminosas locais afastavam com êxito do seu território os concorrentes estrangeiros. Uma operação policial mais recente veio demonstrar, contudo, que os criminosos romenos tinham conseguido penetrar e até fixar-se na terra da famigerada Cosa Nostra.
A imprensa romena informa que a polícia de Turim deteve 17 cidadãos da Romênia, acusados de criar uma associação criminosa na península Apenina. Como se sabe, alguns membros da quadrilha estão sendo procurados pela polícia sem ter sido determinado, até agora, o seu número. Curiosamente, a gangue se chama Brigada.
"É um primeiro caso na história da Itália em que as acusações foram lançadas a uma entidade mafiosa, composta de estrangeiros que atuam no território da Itália", revelou o procurador-geral de Turim, Giancarlo Caselli.
A polícia italiana acusa este grupo de ter praticado crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, rufianismo, rapto de pessoas, roubos e furtos do dinheiro de caixas eletrônicos. A polícia e os midia estão chocados com a larga escala de delitos realizados por estes elementos criminosos.
Durante vários anos, a máfia romena em Turim conseguiu estender o seu controle para uma parte considerável do mercado de drogas. Mais do que isso, após o "triunfo" em algumas guerras contra concorrentes, a Brigada acabou por controlar uma rede de discotecas e centros de diversão através dos quais se realiza o narcotráfico.
A sociedade italiana começa a compreender que o ingresso da Romênia na UE causou tanto um afluxo da mão-de-obra barata e batedores de carteira, como fomentou ainda a penetração no país do crime organizado romeno que consegue até suplantar seus "colegas" italianos. Ao que parece, o nome "Brigada" passará a ser um substantivo comum como a "Máfia" ou a "Ndragheta", podendo entrar para sempre no vocabulário de policiais italianos.
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