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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Pilantragem evangélica: MP-PR denuncia deputado da Iurd por contratar fiel como fantasma




Praczvk pegou documento de 
fiel para benzê-lo e o usou para
registrá-la como fantasma 

O MP (Ministério Público) do Paraná denunciou (acusação formal à Justiça) o deputado estadual Pastor Edson Praczyk (foto), do PRB e líder da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), por ter contratado uma fiel da igreja, sem que ela soubesse, como integrante de sua equipe da Assembleia Legislativa, para ficar com o salário dela.

As informações são da Paraná TV, emissora afiliada à Rede Globo. 

Praczyk teria embolsado R$ 35 mil correspondentes ao salário de 2001 a 2005 dessa funcionária fantasma. 

A denúncia do MP teve como base investigações da Polícia Federal.

Há suspeita de que Praczyk teria aplicado o mesmo tipo de golpe em relação a outros fieis da Universal, com ou sem o conhecimento deles, porque, na equipe de seu gabinete, há mulheres de pastores, pastores e obreiros. 

O deputado nega as acusações, mas reconheceu que os cargos de confiança de seu gabinete estão preenchidos por pessoas de sua religião. “Tem algo de irregular nisso?” 

Praczyk é presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná. 

De acordo com a Paraná TV, a Polícia Federal apurou que em 2001 Luiz Alberto de Lima, chefe de gabinete do deputado, obteve da dona de casa e fiel da Universal Rosimere de Amorim documento para benzê-lo, de modo que ela superasse uma crise financeira. 
Praczyk teria usado esse documento para registrar Rosimere como funcionária. 
A emissora de TV procurou Rosimere em seu suposto local de trabalho e não a encontrou. Ela já tinha afirmado que nunca colocou os pés no gabinete do Praczyk, o qual, aliás, disse, nem sequer conhecia.

A Polícia Federal apurou que a dona de casa foi nomeada por Praczyk em 2001 com o salário de R$ 1,2 mil, sendo exonerada em 2002. No período, a funcionária fantasma recebeu 11 salários.

Rosimere voltou a ser incluída na folha de pagamento do gabinete do deputado em 2004, com salário de R$ 2,8 mil. Cinco meses depois, ela foi exonerada de novo.

Em 2005, o gabinete de Praczyk nomeou pela terceira vez a dona de casa para cargo de confiança, desta vez com salário acima de R$ 2,8 mil.

A servidora Micheli Borges da Silva teria procuração para receber o salário de Rosimere e provavelmente de outros fantasmas, repassando o dinheiro ao deputado. 

Praczyk negou que havia em seu gabinete esse esquema de movimentação de salário e disse que nenhum funcionário controla conta de outras.

Segundo ele, o que houve foi um caso isolado: uma funcionária pediu a outra ajuda na solicitação de um cartão de crédito. “Foi apenas isso.”

Ao se defender em plenário da reportagem da Paraná TV, Praczyk se colocou como vítima de perseguição e de “mentiras” da emissora que, segundo ele, se valeu de “uma denúncia encomenda”. Não disse quem teria feito a encomenda.


“Eu sou um pastor de uma instituição [Igreja Universal] ligada à Record e a Record incomoda a Globo”, disse.

No plenário, Praczyk só saiu da posição de vítima para ataques pessoais ao repórter Marcelo Rocha, da Paraná TV. Por três vezes, ele chamou o repórter de “narigudo” e de estar ressentido por não ganhar tanto quanto a servidora Micheli, R$ 10.700. 

Em nenhum momento ele criticou a Polícia Federal, que o mantém na mira há algum tempo. Só sobrou crítica para o repórter de "nariz avantajado".

Praczyk é também suspeito de ter usado o cargo de presidente da Comissão de Ética para livrar o deputado Nelson Justus (DEM) de cassação por causa de denúncias de que teria feito contratações irregulares em 2008 de servidores para ficar com o salário deles.

Trata-se de um crime parecido com aquele que Praczyk teria cometido. O de ter funcionários fantasmas para se locupletar com dinheiro dos cofres públicos.

Com informação da Paraná TV, da Assembleia Legislativa do Paraná e de outras fontes. A foto é de divulgação.



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