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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Desembargadora é processada por “incitação ao ódio” contra evangélicos

Ela criticou os líderes e não "o povo" evangélico, que é vítima dos engodos das lideranças, fato aliás, público e notório. Mas não só os líderes evangélicos enganam os fiéis dos respectivos cultos, como sabemos.
A religião é a arte mais refinada na enganação dos incautos.

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CNJ investiga tentativa de “enterrar” denúncia da Frente Parlamentar Evangélica.

por Jarbas Aragão

 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está novamente investigando a desembargadora do TJ Elisabeth Carvalho Nascimento. O motivo desta vez é apurar uma denúncia feita pela Frente Parlamentar Evangélica contra ela. Uma Reclamação Disciplinar foi oficiada, onde a bancada evangélica do Congresso acusa a desembargadora de “discriminação, preconceito e incitação ao ódio contra o povo evangélico”.

A irregularidade começou no julgamento do processo de cassação do mandato do deputado João Henrique Caldas, o JHC, por abuso de poder religioso. Ele recebeu apoio da Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário RR Soares. Quando deu parecer favorável à cassação de JHC, a desembargadora tratou a fé evangélica com deboche e escárnio, tendo chamando os líderes dessas igrejas de “fraudadores, corruptos e caloteiros”, além de proferir outras grosserias. 

Ela insinuou que o deputado João Henrique Caldas pagou para participar dos cultos da Igreja Internacional da Graça de Deus. Comentou também que os cultos evangélicos só acontecem sob “negociatas, transações, acordos ou contratos envolvendo a compra e venda de bênçãos”. 

A Frente Parlamentar Evangélica, presidida pelo deputado federal João Campos (PSDB-GO), questiona ainda por que a magistrada se aproveitou da repercussão do caso para divulgar diante de toda imprensa sua posição contrária ao povo evangélico. Ela estaria usando o Tribunal Regional Eleitoral e sua função pública para emitir “posições pessoais, preconceituosas e discriminatórias”. 

O processo contra Elisabeth Carvalho foi assinado por 71 deputados federais, de diferentes denominações evangélicas do país, e também de representantes ligados à Igreja Católica.

Segundo registro do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, a desembargadora deixou de lado a leitura de seu voto escrito e disparou: “a Igreja Evangélica, quando não recebe em óculos, em anel, em nisso e aquilo… recebe em cash, recebe em espécie… Tão acostumados a enganar as pessoas, que por carência disso e daquilo, acorrem para os templos, dão tudo que tem a eles… e eles com aquela conversa enganam a eles… Por isso é uma coisa tão absurda que merecia um apuramento policial, por isso merece cadeia. RR Soares, por isso aqui, por tentar fraudar a administração pública, merece cadeia”. 

Porém, embora embasada por provas, a denúncia contra a desembargadora quase foi “enterrada” pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas. O desembargador Sebastião Costa filho, atual vice-presidente do TRE-AL, tentou de forma arbitrária, apressar o arquivamento da Reclamação. Denunciada pelo jornal Extra, a desembargadora negou tudo. 

Em entrevista ao mesmo jornal, Elisabeth Carvalho Nascimento disse que não tomou conhecimento do fato. Afirmou ainda que “as acusações de incitação ao ódio e preconceito com aqueles que professam a fé evangélica são infundadas, pois, ao seguir o Catolicismo, minha religião, também sigo o Evangelho e os ensinamentos do Mestre Jesus Cristo e sempre respeitei, e muito, a fé e a religião de todos”.

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