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quinta-feira, 30 de abril de 2015

É verdade que o judaísmo não permite cremar um corpo?






Pedras sobre os túmulos: um curioso costume judaico



Dov Zellerkraut


RESPOSTA: Verdade! Inclusive muitos cemitérios judaicos não recebem as cinzas de um judeu cremado para ser enterrado lá. Obviamente isto e todo o restante que trataremos, se aplica somente aqueles que escolheram ser cremados e não no caso daqueles que claramente foram cremados contra sua vontade, como aconteceu, D´us nos livre, no caso do Holocausto.

Existem algumas razões para isso. Primeiramente, a alma do homem vem do Divino e quando sua missão neste mundo é concluida esta volta à sua origem. Já o corpo foi criado a partir da terra e, deve, portanto, voltar para a terra.

Este conceito é reiterado em Deuteronômio 14, onde somos ordenados a enterrar os falecidos: “Você deve enterrá-lo naquele dia”. O Talmud de Jerusalem explica que este mandamento nos obriga a enterrar o corpo, em sua totalidade, e não partes deles. Assim sendo, cremar um corpo destrói a maior parte do corpo, fazendo com que o enterro da carne seja impossível, e, portanto, viola este mandamento bíblico.

Na lei judaica, o corpo humano pertence ao Criador. E está conosco, simplesmente como empréstimo. E, como “guardiões” do corpo, não têmos o direito de desfigurá-lo de qualquer maneira.O corpo deve ser “devolvido” em sua totalidade, assim como nos foi dado. Tanto porque, o homem foi criado “à imagem e semelhança de D´us”, e, assim, qualquer violação do corpo humano é considerado, portanto, como uma violação da própria imagem divina.

No judaísmo, existe um respeito tão grande à santidade do corpo humano no processo de preparação do falecido para o enterro, que, o funeral é previsto para o mais cedo possível (de preferência no mesmo dia do falecimento) para que o corpo possa atingir seu descanso eterno, o mais rapidamente possível. Além disso, a honra de cuidar dos mortos é tradicionalmente reservada para os membros mais respeitados da comunidade.

Portanto, o corpo é visto como sagrado, como o templo da alma, e o meio pelo qual nós, praticamos o bem neste mundo. De acordo com a lei judaica, um objeto que facilitou o cumprimento de boas ações, deve ser respeitada, e não pode ser descartado.

Outra explicação para esta proibição é a crença judaica na redenção final do povo judeu – e de toda a humanidade – e, como consequencia, o conceito da ressurreição dos mortos, o momento em que todas as almas retornarão ao seus corpos. E, sendo assim, a cremação é uma declaração implícita da rejeição do conceito da Resurreição dos Mortos. É na verdade uma declaração de que uma vez que a alma partiu o corpo, o corpo não tem mais valor, visão esta que o judaísmo repudia.

Nossos sábios ensinam que aqueles que negam a ressurreição, não merecerão vivê-la em seus próprios corpos, e suas almas serão “vestidas” por corpos diferentes.

De acordo com a Kabalá (misticismo judaico), a alma não se afasta do corpo imediatamente após a morte. Tal saída abrupta seria intensamente dolorosa para a alma. A decomposição gradual do corpo permite que a alma parta lentamente do corpo e aclimate-se ao seu novo lar celestial. A destruição instantânea do corpo causada pela cremação, priva a alma deste período de adaptação muito importante.

Além do mais, acredita-se que uma vez que a alma chegou ao “Mundo da Verdade”, esta certamente entende o valor e a importância de um enterro judaico adequado; assim, administrar um enterro judaico tradicional é na verdade, conceder ao falecido, seu verdadeiro desejo no momento.


Fonte: http://www.coisasjudaicas.com/

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