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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Primeiros candidatos opositores desde 1959 perdem eleições em Cuba

Hildebrando Chaviano e Yuniel López disseram ter ficado atrás por uma diferença irrecuperável e não tinham esperanças de ganhar. Mesmo assim, se disseram vitoriosos

Dois dissidentes cubanos foram derrotados no domingo na tentativa de se tornarem os primeiros oponentes políticos abertamente declarados a vencer uma eleição em Cuba desde a revolução de 1959. Hildebrando Chaviano e Yuniel López disseram ter ficado atrás por uma diferença irrecuperável e não tinham esperanças de ganhar. Ambos concorriam a postos na Assembleia Municipal. Chaviano, de 65 anos, e Lopez, de 26, disseram acreditar que o governo foi simplesmente pego de surpresa por suas candidaturas. Lopez está desempregado e é membro de um partido político dissidente. Chávez é um advogado que se transformou em jornalista independente.

Os dois estavam entre os 27.379 candidatos que concorreram nas eleições de metade de mandato para 12.589 vagas na Assembleia Municipal, o primeiro degrau na estrutura política da ilha. "Acredito que a contagem foi limpa, a votação foi limpa. O povo não quer mudança. De qualquer forma, considero que foi um êxito. Nos demos a conhecer. O mundo nos conhece, foi uma vitória", disse Chaviano.

As eleições cubanas foram neste domingo e transcorreram com tranquilidade, com grande comparecimento e quase nenhuma campanha pré-eleitoral. Uma vitória de qualquer um dos dois opositores seria simbólica, mas teria pouca implicação prática para o sistema do Partido Comunista. Assembleias municipais estão na base do sistema eleitoral. Elas nomeiam metade dos candidatos para assembleias de província, que por sua vez escolhem metade dos indicados para o parlamento nacional, o qual escolhe o Conselho de Estado, que elege o presidente. A outra metade dos candidatos às assembleias é escolhida por uma comissão eleitoral do governo.

O ditador cubano Raúl Castro começou uma lenta, mas grande reforma na economia de planejamento central em 2010. Ele também prometeu mudanças no sistema eleitoral, mas não deu detalhes até o momento. Em dezembro, Castro e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciaram a intenção de resgatar completamente as relações diplomáticas entre os países depois de meio século de rompimento, mas as negociações têm sido complicadas por vários problemas, inclusive leis que impõem embargo a Cuba.

Fidel Castro vota durante eleições locais em Cuba (VEJA.com/AFP)

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