Rússia
Duas
mulheres foram interpeladas esta quinta-feira na Catedral de Cristo
Redentor, de Moscovo, quando tentaram depor flores para assinalar a
"oração punk" contra Putin, cantada pelo grupo contestatário Pussy Riot
há um ano.
Segundo
a imprensa russa, as duas mulheres foram conduzidas a uma esquadra da
polícia. Uma delas, de nome Elena Volkova, escreveu na sua página na
internet: "Prometem pôr-nos o cérebro no sítio na Clínica Servski".
Esta clínica de Moscovo é famosa por, na era soviética, ter sido um dos centros da luta contra os dissidentes anticomunistas.
"Elas serão postas em liberdade depois de uma conversa", disse um porta-voz da polícia à agência Interfax.
Irina
Katsuba e Elena Volkova, duas professoras da Universidade de Moscovo,
foram interpeladas de manhã na catedral ortodoxa, onde as Pussy Riot
interpretaram, há um ano, uma canção punk onde pediam à Virgem Maria que
livrasse a Rússia de Vladimir Putin.
"Nós enfiámos capuchos e tentámos depositar flores perante os ícones", declarou Karsuba.
Abordadas por polícias sobre a ação, ela respondeu: "Celebramos o aniversário de um acontecimento que mudou o nosso país".
Dos
cinco membros das Pussy Riot, três foram detidos, acusados de
"holiganismo motivado por ódio religioso", julgadas e condenadas a penas
de prisão.
Nadejda Tolonnikova, 23 anos, e Maria
Aliokhina, 24 anos, cumprem atualmente penas de dois anos em prisões dos
Urais e da região da Mordóvia. Uma terceira, Iekaterina Samutsevitch,
viu a sua pena suspensa.
Recentemente, concederam
uma entrevista ao jornal Novaya Gazeta, em que Alikhina confessou que
teme pela sua vida depois de receber ameaças de morte de várias presas
que cumprem longas penas por assassinato e tráfico de drogas.
Ambas
as jovens, que têm filhos de tenra idade, consideram-se inocentes e
insistem em que a sua ação era política e não estava dirigida contra os
crentes ortodoxos.
O Presidente russo, Vladimir
Putin, apoiou várias vezes a pena de prisão, enquanto o
primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, considera que as jovens já pagaram
um preço bem alto pela sua ação.
Fonte: CORREIO DA MANHÃ
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