13/04/2015 - 03h00
Ricardo Noblat
Para efeito do público externo, e para não provocá-lo, o governo adotou a postura humilde de dizer que as manifestações de ontem foram importantes e que serão levadas em conta.
Para consumo interno, o governo celebra, eufórico o número bem menor de pessoas que saíram às ruas para pedir “Fora, Dilma”, “Fora, o PT” e fora outras coisas.
A situação do governo teria se agravado caso o protesto superasse o de 15 de março, que atraiu mais de dois milhões de pessoas. Basta o que a mais recente pesquisa Datafolha constatou.
Apenas 13% dos brasileiros consideram o governo Dilma ótimo ou bom. Algo como 60% deles o reprova. 75% apoiam as manifestações de ruas. 63%, o impeachment da presidente.
Embora menor o número de manifestantes, o protesto atingiu dessa vez um maior número de cidades. Isso significa que a indignação contra Dilma se espalha por todo o país.
Salvo a ocorrência de um imprevisto que se volte contra o governo, a tendência é que os protestos arrefeçam. A maioria das pessoas já disse o que pensa sobre Dilma e seu governo. Para quê repetir?
De resto, a omissão da oposição deixa as multidões órfãs. Movimento algum se mantém aceso à falta de quem o dirija. Nem aqui nem em parte alguma.
O PSDB lançou notas e postou vídeos nas redes sociais convocando o povo para o protesto. Mas ele não deu o ar de sua graça. Os chefes do partido parecem ter medo do povo.
Ao cheiro do povo, o general João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar de 64, disse que preferia o cheiro de cavalo. Ele era um oficial de cavalaria. Gostava de montar.
O PSDB quer o povo a reboque. A seu lado, não. Dá urticaria. No máximo, admite cavalgá-lo.
O senador Aécio Neves na janela da sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ (Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)
Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/
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