Investigação da PF teria obtido, segundo revista Veja, procuração que mostra ligação entre Erenice Guerra e ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva
03/04/2015 | 16h43
A ex-ministra da Casa Civil no governo Lula, Erenice Guerra, teria atuado em parceria com José Ricardo da Silva, um integrante do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) suspeito de liderar operação de recolhimento de propina, publicou nesta sexta-feira a revista Veja.
Segundo a reportagem, a Polícia Federal teria encontrado, durante as investigações, documentos que revelam sociedade de ambos na defesa de interesses da multinacional chinesa de telecomunicações Huawei.
Um dos documentos é um contrato firmado entre Erenice e o braço brasileiro da Huawei, no qual a ex-ministra se comprometeria a prestar "serviços profissionais relativos à defesa fiscal da contratante no âmbito da Administração Tributária Federal". Ricardo da Silva também aparece no documento. De acordo com a Veja, a Huawei discute junto ao Carf um débito tributário de R$ 705,5 milhões — Erenice, segundo o contrato, receberia 1,5% do valor em caso de êxito no processo, o que corresponderia a R$ 10,5 milhões.
E-mails obtidos na investigação também mostrariam que, enquanto Erenice estava à frente da Casa Civil, José Ricardo pediu ajuda a um irmão da ministra para que ele, ou algum de seus sócios, fosse indicado à presidência do Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Erenice teria respondido ao irmão: "Estou enviando curriculum dos meninos".
No mesmo texto, a Veja informa que Erenice ainda não está entre os investigados da Operação Zelotes — sua inclusão, segundo a revista, se daria nos próximos dias.
Procuração que autoriza Erenice Guerra e José Ricardo da Silva a prestar serviços para a Huawei. Foto: Reprodução/Veja
Pai de José Ricardo da Silva está entre os investigados
Um dos ex-funcionários da Receita Federal alvos da investigação da Operação Zelotes, segundo o jornal O Globo, seria o pai de José Ricardo, Eivany Silva. Relatório da PF à Justiça obtido pelo jornal informa que José Ricardo teria também envolvido empresas do pai e da irmã, Eivanice Canário da Silva, no esquema.
Segundo o jornal, Eivany aposentou-se da Receita em 1990 e mantém escritório em Brasília. Ambos teriam influência em parte dos 74 processos investigados na Operação Zelotes. O advogado de José Ricardo, Getúlio Humberto, disse a O Globo que há apenas ilações sobre a atuação de seu cliente no esquema.
A operação
Deflagrada em meados de março, a Operação Zelotes, da Polícia Federal, apura um esquema de fraude no Carf de oferecimento de "facilidades", como anulação de multas e vitória em processos, para grandes empresas.
Entre as investigadas estariam companhias de grande porte como Ford, Santander, Petrobras e TIM, além de empresas gaúchas como RBS, Gerdau e Marcopolo, e a catarinense WEG.
A maioria das empresas que consta na lista não se manifestou ou disse não ter conhecimento de problemas. Em nota, o Grupo RBS informou que “desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal”.
Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/
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