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quinta-feira, 18 de maio de 2017

O povo argentino se levanta contra a ditadura de Macri

No dia 10 de maio, mais de 500 mil pessoas tomaram a Praça de Maio, em Buenos Aires. O povo argentino protagonizou uma verdadeira revolta contra decisão da Suprema Corte de Justiça que beneficia os genocidas que estão em prisão preventiva contra seus crimes durante a ditadura militar.

Buscaram aplicar um princípio legal chamado “2×1”, que transcorrido o prazo máximo de dois anos de prisão, previsto na lei, se deve remir por dois cada dia de prisão além dos dois anos. 2 dos 3 juízes que votaram por esta resolução foram incorporados à Suprema Corte durante o governo Macri.

Pelo tamanho da mobilização, o governo se viu forçado a se pronunciar contra a decisão da Corte e o Congresso foi forçado a votar a exclusão dos crimes contra humanidade do princípio “2×1”. Agora, se mostra necessário continuar a luta exigindo que o Congresso destitua os três juízes que votaram pela impunidade dos militares.

O levante contra a impunidade aos genocidas é parte de uma massiva luta operária e popular contra Macri. No dia 6 de abril aconteceu uma greve geral que contou com a participação de 95% dos trabalhadores. A greve foi uma nova derrota do governo. Dias antes, no dia primeiro de abril, o macrismo convocou uma marcha em sua defesa. Segundo números da própria polícia, a marcha reuniu 25 mil pessoas, enquanto as mobilizações populares em março, abril e maio reuniram milhões de trabalhadores.

O movimento operário se colocou de pé contra a decisão ditatorial de Macri de anular as negociações salariais, o caso mais importante é o dos professores, que fizeram uma greve de três semanas na província de Buenos Aires e várias paralisações nacionais, contra a anulação de uma negociação salarial nacional que está estabelecida por lei na Argentina.

Anulando as paritárias (negociações salariais), promovendo juízes cúmplices dos genocidas, encarcerando Milagro Sala e dezenas de militantes da organização, dos movimentos populares (Tupac Amaru) o governo de Macri deixa claro que é uma ditadura.

Esta intensa mobilização está abalando o governo Macri. Não tem maioria própria no Congresso e não tem conseguindo avançar com as reformas fiscais e trabalhistas, como as que estão sendo impostas pelo PMDB e PSDB no Brasil.

O capital financeiro exige de Macri que ele vá mais fundo, e isso cria uma expectativa para as eleições que acontecerão em agosto e outubro. Nestas eleições se renovará metade do Congresso, e Macri pode conquistar a legitimidade eleitoral para aplicar os planos que demanda o capital financeiro.

Por isso, estas não serão simples eleições legislativas, e sim um plebiscito sobre o governo de Macri. Neste cenário, o movimento operário, que protagonizou esta enorme luta anti-macrista, tem como desafio lutar por uma derrota eleitoral de Macri.

Rechaçamos, neste sentido, o operativo político que busca subordinar a mobilização popular à unidade com a direita peronista. Exigimos que Cristina Fernández de Kirchner adote uma clara definição sobre as eleições e que saia candidata na província de Buenos Aires para derrotar o macrismo. Reivindicamos a unidade dos sindicatos, da esquerda e do kirchnerismo, que teve sua máxima expressão na formação do espaço denominado “Articulação Popular”.

A “Articulação Popular” convocou a grande Marcha Federal de setembro de 2016 que gerou as condições para a greve geral, e já definiu como data para uma nova Marcha Federal o 20 de junho de 2017, que reinvidincará a convocação de uma segunda greve geral contra Macri.

Ficou claro que com a “unidade do peronismo” o único resultado foi entregar o país aos abutres, graças a votação dos parlamentares provenientes do Partido Judicialista, assim como os que respondem ao dirigente pró-imperialista Sergio Massa. Pelo contrário, com a unidade entre os sindicatos, a esquerda e o Kirchnerismo conquistamos a primeira greve nacional contra Macri. A ruptura com os que colaboram com Macri e a construção da frente anti-Macri, é a consignia para construir uma alternativa dos trabalhadores.

A TPR (Tendência Piqueteira Revolucionária) é a organização que vem demonstrando uma luta política por estes objetivos. O próprio kirchnerismo liquidou a convocação da Frente Cidadão (proposta por Cristina Kirchner) e se encontra negociando candidaturas dentro do Partido Judicialista. A Frente de Esquerda (PTS, PO e Esquerda Socialista) se encontra acoplada ao golpismo a nível continental.

A classe operária argentina que se levanta contra a ditadura de Macri necessita construir seu próprio partido, que expresse politicamente a aspiração que o povo manifesta em cada uma de suas mobilizações: derrubar Macri. A TPR luta por um Partido Piqueteiro que defenda “Fora Macri” e contribua deste modo com a derrota do golpismo na América Latina e do imperialismo no mundo inteiro.

Fonte:  
http://causaoperaria.org.br

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