Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



quarta-feira, 13 de maio de 2020

A Venezuela e o parasitismo

Um dos maiores opositores ao ideal de eugenia(*) foi o médico sergipano Manoel Bonfim. Em 1905, ele publicou uma obra que irritou a comunidade médica: o livro “A América Latina: males de origem”. Ele chamou a eugenia de “falsa ciência” e expôs o preconceito declarado dos europeus em relação aos latino-americanos.
“O livro é uma analise das causas da miséria e do atraso geral do continente, em que desmascarava o chamado racismo cientifico”, explica o sociólogo Jefferson Medeiros, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “A formulação dada por Bomfim em contraposição ao que era vigente na época sobre o fator das raças serem as causas do subdesenvolvimento leva-o a formular a tese do parasitismo social”.
(Parasitismo social é a ideia de que os países ricos invadem as nações para extrair a riqueza e fazer dos nativos uma classe dominada.)
Pois bem: o que fazem os EUA há muitos anos, invadindo países portadores de riquezas minerais e petróleo, senão derrubar governos, a pretexto de defender a democracia e a população dos países invadidos, senão o que Manoel Bonfim chamava de parasitismo? 
O último episódio da espécie foi a tentativa de derrubada de Maduro, Presidente da Venezuela, primeiramente usando um traidor e entreguista chamado Juan Guaidó, iniciativa aquela que os ianques viram frustradas, apesar do apoio forcado de diversos outros países subalternos dos norte-americanos, notadamente do Brasil, no governo do descerebrado Bolsonaro, que se porta como sabujo de Trump. 
No dia 03/05/2020, valendo-se de uma aliança com mercenários norte-americanos, alguns dissidentes do governo Venezuelano tentaram uma invasão pela costa, no afã de sequestrar Maduro e levá-lo para USA, mas esta segunda tentativa também foi um vexame, com os "rambos" ianques (dentre eles dois ex-boina verdes) sendo dominados por simples pescadores venezuelanos, que os amarraram e entregaram às forças de segurança. Não há provas inequívocas do envolvimento do governo de Trump por trás daquela iniciativa que ofende a soberania da Venezuela, mas como Trump tem manifestado abertamente o desejo de derrubar Maduro (para que as petroleiras e outras multinacionais apropriem-se do petróleo e minerais da Venezuela), é muito provável que haja, sim, ingerência preponderante do governo ianque.
A elite capitalista norte-americana  pratica a exploração das camadas menos favorecidas internamente e busca implementar ideia parasitária também em relação aos povos que a ela se submete.  
Contra esse tipo de gente que tem a pretensão de haver nascido para dominar e explorar os outros ("destino manifesto") é que avultam a coragem e determinação de povos como o cubano e o venezuelano, além do vietnamita. Povos sem grande desenvolvimento tecnológico, mas que se portam coesamente, oferecendo resistência heroica contra os invasores,tornando-se merecedores  de muito respeito.

O mencionado Bonfim, no livro acima citado, proclamou:
A soberania de um povo está anulada do momento em que ele se tem de acolher à proteção de outro. Defendendo-nos, a América do Norte irá, fatalmente, absorvendo-nos. Acredito que essa absorção não esteja nos planos dos estadistas americanos; mas é ela uma conseqüência natural da situação de protegido e protetor. De fato, parte da nossa soberania nacional já desapareceu; para a Europa, já existe o protetorado dos Estados Unidos sobre a América Latina. 
Por ocasião da Convenção da Paz, em Haia, lembram-se todos, as nações sulamericanas não foram convidadas – por entenderem os governos europeus que elas não eram suficientemente soberanas, e que os interesses e opiniões dos povos americanos estavam perfeitamente representados e garantidos pelos Estados Unidos, convidados assim, tacitamente, a exercer um certo protetorado sobre o resto da América. É só nestas condições que a Europa reconhece a teoria de Monroe.  
Só discordo dele quando, querendo amenizar, disse acreditar que a absorção não esteja nos planos dos estadistas americanos. Muito pelo contrário: seja Republicano ou Liberal, o presidente norte-americano, orienta-se pelo interesse do seu povo, que é, invariavelmente, dominar os demais, destruindo-lhes a soberania e tomando-lhes as riquezas. Os EUA são um país de abutres, herdeiros das práticas piratas dos ingleses, principalmente.
=-=-=-=-
Aquela tese de "raça pura", arianismo.

Nenhum comentário: