Está fora de moda, por necessidade de proteção biológica, apertar a mão, beijar a mão, beijar a face, abraçar amigos e até se aproximar muito.
Sobre o aperto de mão, o gesto mais comum entre recém conhecidos, vejam a curiosidade que a personagem patriota de LIMA BARRETO ((em Triste fim de Policarpo Quaresma), dizia:
(...) quando (era domingo) lhe bateram à
porta, em meio de seu trabalho.
Abriu, mas não apertou a mão.
Desandou a chorar, a berrar, a
arrancar os cabelos, como se tivesse perdido a mulher ou um filho.
A irmã correu lá de dentro, o
Anastácio também, e o compadre e a filha, pois eram eles, ficaram, estupefatos no limiar da porta.
—Mas que é isso, compadre?
—Que é isso, Policarpo?
—Mas, meu padrinho...
Ele ainda chorou um pouco. Enxugou as lágrimas e, depois, explicou com a maior
naturalidade:
—Eis aí! Vocês não têm a mínima noção das coisas da nossa terra, Queriam que eu
apertasse a mão... Isto não é nosso! Nosso cumprimento é chorar quando encontramos os amigos,
era assim que faziam os tupinambás.
O seu compadre Vicente, a filha e Dona Adelaide entreolharam-se, sem saber o que dizer.
O
homem estaria doido?
Que extravagância!
-Mas, Senhor Policarpo, disse-lhe o compadre, é possível que isto seja muito brasileiro,
mas é bem triste, compadre.
—Decerto, padrinho, acrescentou a moça com vivacidade; parece até agouro...
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