RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
Fabricante é multada por informar que produto tem peso diferente do real
7 de maio de 2020, 18h39
Informar o peso de um produto de modo errado torna a empresa passível de multa. O entendimento é da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
TRF da 3ª Região manteve multa aplicada pelo Inmetro contra a fabricante da Nestlé
123RF
A corte julgou dois recursos da Nestlé, que foi multada em R$ 30 mil pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em razão de divergência entre o peso informado na embalagem de um produto e o peso real analisado pela autarquia federal.
A empresa contestou a penalidade. Para o TRF-3, no entanto, o ato do Inmetro foi legal e o valor cobrado não extrapolou os limites da razoabilidade e da proporcionalidade. Além disso, conforme a fiscalização, houve reincidência por parte da companhia, o que ocasionou prejuízo a um número indeterminado de consumidores.
"Se de fato a multa não foi aplicada no mínimo, é inegável estar muito aquém do máximo, não se revelando desproporção entre a infração apontada e o valor de multa fixado, tampouco ilegalidade ante a divergência de valores aplicados em casos análogos", afirma a decisão, que teve relatoria do desembargador Antonio Carlos Cedenho.
O magistrado também explicou que "a gradação da multa não está relacionada à quantidade de variações encontradas nos produtos fiscalizados, mas, sim, apenas ao fato infracional em si, de forma que a gravidade não está ligada à quantidade dos desvios constatados, mas apenas ao fato irregular apurado, qual seja, a mera existência da irregularidade comprovada".
Entre os produtos analisados, os peritos concluíram que amostras do caldo de carne foram reprovadas por apresentarem conteúdo nominal de gramas diferentes daquele descrito na embalagem.
5012331-89.2017.4.03.6182
5001064-23.2019.4.03.6127
Tiago Angelo é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 27 de maio de 2020, 18h
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