Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Preconceito? - Pessoas vindas de outros estados são ameaçadas em carta que circula em Brusque



Polícias Civil e Militar estão investigando o caso


Aline Camargo


Uma carta que está sendo distribuída no comércio de Brusque, no Vale do Itajaí, e circula nas redes sociais, de autoria de um grupo que ameaça atacar pessoas vindas de outros estados, é investigada pela Polícia Civil. Ela seria um alerta a imigrantes que vivem no município, de que 28 integrantes de um grupo discriminatório estariam planejando agredir quem vem de fora. No texto, a justificativa para a ameaça seria a perturbação de sossego. 

Um diretor da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), que preferiu não se identificar, recebeu uma versão impressa da carta. Preocupado, pediu que a entidade informasse a Polícia Militar sobre a mensagem. 

— Ele não quis levar diretamente, mas ficou preocupado porque tem vários funcionários baianos que trabalham na empresa e que ficaram assustados. Por isso pediu que levássemos a carta para a polícia — revela o diretor executivo da Acibr, Candido Godoy. 

O comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Heriberto Rocha Peres, diz que o Setor de Inteligência está monitorando a situação para buscar uma forma de punir os responsáveis pela mensagem. A Polícia Civil de Brusque soube da carta pela internet. 

O delegado Ismael Gustavo Jacobus diz que o caso é investigado e não tem maiores detalhes. Porém, destaca as consequências do choque cultural que acontece na cidade: 

— Isso causa conflitos que acabam em agressões e brigas de vizinhança. É o discurso de uma parcela da população brusquense para parte da população de outras regiões que fomenta o preconceito. 

O mestre em História do Brasil Meridional, Marlus Niebuhr, observa que as últimas três décadas que registraram migrações de paranaenses e baianos para Brusque é um tempo curto para avaliar se há choque cultural com a população local. Ele reforça que desde a formação do município, a cidade recebeu imigrantes de diferentes etnias: irlandeses, portugueses, alemães, italianos, africanos, entre outros.

— Esta coisa pejorativa remonta desde a colonização alemã, quando imigrantes de uma região brincavam de forma depreciativa sobre conterrâneos de outras regiões —explica Niebuhr. 

Para a titular promotora Susana Perin Carnaúba, a carta que circula nas redes sociais não identifica a formação de um grupo de extermínio, mas precisa ser considerada: 

— Grupo de extermínio não avisa, vai lá e faz. Mas não vejo isso, até porque essa atitude iria contra o que eles dizem querer, que é sossego. Quem quer paz não vai buscar isso matando outras pessoas. 

Susana também destaca que o índice de criminalidade de Brusque é considerada baixo em comparação às cidades da região: 

— Mesmo com o crescimento da população, Brusque ainda é considerada uma cidade tranquila nesse ponto. Gaspar, Camboriú, Itajaí e até Blumenau vivem uma realidade muito pior.

JORNAL DE SANTA CATARINA

    Nenhum comentário: