Afortunados os rudes sertanejos que tem mais
fé na intervenção divina do que nos resultados
tantas vezes mentirosos da sciencia humana - AUGUSTO-EMÍLIO ZALUAR - Trecho da obra intitulada Peregrinação pela Província de São Paulo - Liv. Granier/RJ/1860-1861, p. 131.
À época, até era admissível que gente do sertão, sem a mínima instrução, a não ser aquela direcionada pela religião católica, acreditasse em quimeras, em vez de crer na ciência, que pesquisa, investiga, busca a verdade, em vez de agir como estelionatária, a exemplo do que fazem os pregadores.
Podemos dizer que são mesmo afortunados aqueles de quem gente como Malafaia, Macedo, Santiago tomam 1o% inclusive da ajuda que sai dos cofres da naçào para que enfrentem as dificuldades inerentes a estes tempos de pandemia de covid-19?
O mesmo historiador do qual extraí o texto em itálico acima, após longos louvores à "Senhora de Aparecida", admitiu:
Causa realmente dó, compunge o coração ver esses desgraçados dentro de suas choupanas de palha, cobertos de andrajos e de lepra, estenderem a mão a quem passa, pedindo-lhe um óbolo para matarem a fome! É realmente um quadro este que não tem perdão nem desculpa em pleno século XIX.
Ainda mais: nos domingos e dias sanctificados, como muitas vezes observámos, estes infelizes concorrem aos mercados e andão por entre o povo esmolando, e em contacto com os vendedores c quitandeiras. Os escravos fugidos vão ordinariamente acoutar-se nos albergues dos leprosos, e alii se conservão muitas vezes dias e mezes, até regressarem de novo para casa de seus senhores, já inoculados do mal, que não tarda em propagar-se por seus companheiros, affectando até aos próprios brancos.
A crearão do um hospital de lázaros seria pois, a nosso ver, uma das obras mais meritórias á piedade divina. Assim se terá conseguido dous fins: prestar um culto á divindade e concorrer para alliviar de horríveis soffrimentos tão grande parte de nossos irmãos. (p. 132) (português da época)
Nota-se que, primeiramente, o escritor teceu loas à crença dos sertanejos, mas depois propôs a criação de um hospital.
O mesmo historiador do qual extraí o texto em itálico acima, após longos louvores à "Senhora de Aparecida", admitiu:
Causa realmente dó, compunge o coração ver esses desgraçados dentro de suas choupanas de palha, cobertos de andrajos e de lepra, estenderem a mão a quem passa, pedindo-lhe um óbolo para matarem a fome! É realmente um quadro este que não tem perdão nem desculpa em pleno século XIX.
Ainda mais: nos domingos e dias sanctificados, como muitas vezes observámos, estes infelizes concorrem aos mercados e andão por entre o povo esmolando, e em contacto com os vendedores c quitandeiras. Os escravos fugidos vão ordinariamente acoutar-se nos albergues dos leprosos, e alii se conservão muitas vezes dias e mezes, até regressarem de novo para casa de seus senhores, já inoculados do mal, que não tarda em propagar-se por seus companheiros, affectando até aos próprios brancos.
A crearão do um hospital de lázaros seria pois, a nosso ver, uma das obras mais meritórias á piedade divina. Assim se terá conseguido dous fins: prestar um culto á divindade e concorrer para alliviar de horríveis soffrimentos tão grande parte de nossos irmãos. (p. 132) (português da época)
Nota-se que, primeiramente, o escritor teceu loas à crença dos sertanejos, mas depois propôs a criação de um hospital.
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