Paralisação por melhores condições de trabalho durante a pandemia deve afetar, ao todo, seis grandes companhias no país
Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 30 de Abril de 2020 às 15:18
Interior de uma loja Walmart no estado de Nova York: multinacional estadunidense é a maior rede varejista do planeta - Divulgação/Walmart
Trabalhadores de seis grandes companhias dos Estados Unidos que não paralisaram suas atividades durante a pandemia organizam uma grave conjunta para esta sexta-feira (1º). Os manifestantes dizem que as empresas colocam em risco a saúde e a segurança das pessoas e não aceitam diminuir suas altas taxas de lucro.
A paralisação deve afetar, ao todo, seis empresas no país durante o Dia Internacional do Trabalhador: Amazon, do setor de tecnologia e comércio on-line; Walmart, de supermercados e lojas de departamento; Whole Foods, de supermercados; FedEX, de entregas e correspondências; Target, de supermercados; e Instacart, de entrega e retirada de mercadorias.
A informação foi divulgada em primeira mão pelo portal The Intercept nos Estados Unidos. Não há confirmação de quantas pessoas vão aderir à greve. O organizador do movimento é Daniel Steinbrook, trabalhador da Whole Foods.
Entre as exigências dos grevistas durante a pandemia, estão: compensação por eventuais folgas não remuneradas no mês de março, por conta da quarentena; pagamento de adicional de periculosidade ou licença médica; fornecimento de equipamentos de proteção e materiais de limpeza adequados e em quantidade suficiente; divulgação em tempo real do número de casos de coronavírus em cada unidade.
Os Estados Unidos lideram o ranking mundial de infectados e mortos por covid-19. Até esta quinta-feira (30), um milhão de casos haviam sido confirmados e 61.547 óbitos registrados.
Antecedentes
Em março, mais de 10 mil trabalhadores da Instacart e da Amazon, em Nova York, cruzaram os braços para chamar a atenção para o risco a que estão expostos.
No dia 31, 800 funcionários de um frigorífico da Whole Foods, no estado do Colorado, se recusaram a trabalhar depois que casos de coronavírus foram confirmados na unidade.
A Amazon é acusada de adulterar números de infectados por covid-19. Trabalhadores da companhia em Indiana rastrearam por conta própria os casos de coronavírus em unidades da Amazon nos Estados Unidos e contabilizaram mais de 500 ocorrências.
“Contestamos as ações irresponsáveis de grupos trabalhistas de espalhar informações errôneas e fazer falsas alegações sobre a Amazon durante essa crise econômica e de saúde sem precedentes", disse a porta-voz da empresa, Rachael Lighty, ao The Intercept. "Adotamos medidas extremas para entender e resolver essa pandemia", completou.
Amazon e Whole Food informaram que já fornecem máscaras, verificações de temperatura, desinfetante para as mãos e aumento salariais durante a crise do coronavírus.
Trabalhadores do Walmart lançaram um portal colaborativo em que trabalhadores podem inserir o nome de colegas infectados pela covid-19. A medida, segundo os idealizadores, foi uma reação à falta de transparência da empresa.
O Walmart informou à imprensa local que prioriza a segurança dos trabalhadores, por isso realiza exames de saúde e verificações diárias da temperatura, fornecendo máscaras e luvas, aprimorando padrões de limpeza e distanciamento físico, garantindo licença remunerada de emergência e bônus em dinheiro a quem não pode parar.
A Instacart também se manifestou sobre os boicotes e paralisações. “Continuamos focados na saúde e segurança da comunidade Instacart. Nossa equipe tem trabalhado diligentemente para oferecer novas políticas, diretrizes, recursos de produtos, recursos, bônus adicionais e equipamentos de proteção individual para garantir a saúde e a segurança dos compradores durante esse período crítico”, afirmou a empresa por meio de nota.
Não houve resposta da FedEX aos questionamentos da reportagem.
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