Europa precisa de 1,5 trilhão de euros ou mercado único pode se quebrar, diz comissário da UE
© AP Photo / Virginia Mayo
A UE necessita urgentemente de injeções financeiras para se manter à tona e sobreviver à pandemia que assola atualmente o continente, advertiu comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.
O recurso para lidar com a crise, provocada pela COVID-19, poderia ser de 1,5 trilhão de euros (R$ 8,6 trilhões), declarou o político italiano à revista de notícias Der Spiegel.
O comissário para assuntos econômicos e financeiros disse que a Europa está passando pela "pior crise" desde a Segunda Guerra Mundial, que ameaça a própria existência da União Europeia como uma entidade econômica e política única.
Gentiloni citou uma previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que a UE poderia ver uma queda sem precedentes de 7,5% no PIB deste ano. Em comparação com 2009, durante a crise financeira global, o PIB da UE caiu apenas 4,4%.
Para evitar as consequências da crise, a Europa precisa urgentemente de "uma ferramenta comum para financiar a reconstrução", aconselhou Gentiloni.
"Caso contrário, arriscamos [uma situação] quando as diferenças entre as economias da zona do euro e do resto do mercado único se tornam grandes demais e as duas se separam", complementou.
Até o momento, o Eurogrupo (grupo informal que reúne ministros das Finanças dos países-membros da zona do euro) destinou apenas 500 bilhões de euros (R$ 2,8 trilhões) para financiar despesas médicas e ajudar as pequenas e médias empresas.
"Não podemos esperar até que o vírus 'faça as pazes' conosco antes de reconstruirmos. A reconstrução deve começar agora, na primavera, no verão [europeu]", finalizou.
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