Venezuela denuncia roubo em conta no CitiBank pelo Tesouro dos EUA
Banco Central diz que recursos foram apropriados pelo governo Trump com apoio de "extremistas" da oposição venezuelana
O Banco Central da Venezuela (BCV) emitiu um comunicado, na última quinta-feira, (16), denunciando que uma das suas contas do CitiBank – maior agência financeira dos Estados Unidos – teve seu dinheiro confiscado pela Reserva Federal estadunidense.
Segundo o documento, o banco estrangeiro foi obrigado pelo Secretário do Tesouro, Steve Mnuchin a transferir o dinheiro de propriedade venezuelana a uma conta da própria Reserva Federal. Sem especificar valores, o Banco Central venezuelano assegura que a ação tem apoio de deputados opositores da Assembleia Nacional.
"O Banco Central exercerá todas as ações dentro do Direito Internacional e do ordenamento jurídico nacional para proteger e defender os legítimos direitos e interesses do Estado venezuelano, vítima de despojo dos seus recursos financeiros, executado diretamente pelo governo de Donald Trump com deputados extremistas da direita venezuelana e que, sem dúvidas, configuram graves delitos de crime transnacional organizado", afirmam em nota.
Essa não é a primeira vez que o BCV tem seus ativos apropriados em bancos estrangeiros. Em junho de 2019, o CitiBank e o DeutscheBank embargaram 1,4 bilhão de dólares em ouro do Estado venezuelano como supostas retenções previstas pelas sanções econômicas aplicadas pela administração Trump.
De acordo com a organização não governamental venezuelana SURES, o bloqueio econômico, imposto desde 2015 pela Casa Branca, já gerou um prejuízo de 7 bilhões de dólares somente em ativos financeiros retidos no exterior. No entanto, estima-se que o total de perdas seja de 130 bilhões de dólares. Com isso, atualmente as reservas internacionais da Venezuela caíram para 6,3 bilhões de dólares, segundo dados do BCV.

Em comunicado, Banco Central venezuelano acusa deputados opositores e presidente Donald Trump de confiscar bens nacionais / BCV
O Ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza também denunciou que em meio a maior pandemia do último século, as medidas unilaterais impostas pelo Executivo estadunidense configuram crimes de lesa humanidade.
"Os recursos do país estão bloqueados, os bancos e os fornecedores não trabalham com a Venezuela por temor às sanções. Nesse documento, 11 senadores democratas dos Estados Unidos explicam com claridade", publicou junto de um documento enviado à Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC - pelas siglas em inglês), assinado por parlamentares estadunidenses que pedem a flexibilização das sanções por conta da covid-19.
La Administración Trump sigue mintiendo sobre supuestas excepciones a las sanciones contra Venezuela. Los recursos del país están bloqueados, la banca y los proveedores no trabajan con Venezuela por temor a sanciones. Los 11 senadores demócratas de EEUU lo explican con claridad.
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Edição: Rodrigo Chagas
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