Não sei que hajam muitas coisas acima do prazer de viajar. Viajar é multiplicar a
vida. De país em país, de costumes em costumes, o homem que nasceu com
propensão e gosto para isso, renova-se e transforma-se. Mas, fique bem claro, é
preciso ter gosto e propensão; é preciso ser poeta; os lorpas também viajam;
mas, porque lhes falta o dom natural de apreciar e sentir as coisas, aborrecem-se
por vaidade, ou divertem-se por aberração.
Muitos se dão ao "luxo de viajar" apenas para dizer que foram a um cruzeiro e durante toda a viagem - exceto pelos breves momentos em que desembarcaram, ou nem mesmo exceto naqueles instantes - beberam tudo que podiam. Ou seja, os que já bebiam diariamente, sequer mudaram de rotina.
Seriam esses os "lorpas" (palermas) a que se referiu o escritor?
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