Enganou-se quem imaginou que estarei a falar de Ciro Gomes. Na verdade, a figura invocada na manchete desta matéria é Ciro, "o grande", rei da Pérsia, atual Irã. Aquele pretensioso guerreiro não só afirmava governar o mundo inteiro, como também alegava fazer isso em nome de todos os povos. "Estamos conquistando vocês pelo seu próprio bem", diziam os persas. Ciro queria que os povos conquistados o respeitassem e até amassem (como se fora um benfeitor) e se considerassem afortunados por terem sido tornados vassalos da Pérsia.
Acho que o leitor já sentiu onde estou querendo chegar.
em tempos mais recentes, as potências da Europa Ocidental almejaram o mesmo, apropriar-se das riquezas alheias, esticando suas fronteiras, se necessário valendo-se de guerras impiedosas, que levam à destruição cidades inteiras, até mesmo vilas agrícolas desarmadas (não poupando mulheres, crianças e velhos), mas o argumento mentiroso mudou um pouco. Agora, falam em "derrubar o ditador", "restabelecer a democracia", "impedir o comunismo de tomar conta do país", "implantar o socialismo" e outras falácias do gênero.
Transformam os povos para os quais acenam com suas falácias em "prostitutas", valendo-se de governantes corruptos, traidores e entreguistas, que agem à maneira de gigolôs, permitindo que os povos sejam explorados de maneira inclemente, desde que saiam com suas burras cheias de propinas pagas pelos conquistadores.
Assim está acontecer conosco, no Brasil, bem como na Bolívia, onde governos foram entronizados como resultado de golpes indiscretos, mostrando-se franca e abertamente favoráveis aos interesses dos ianques e das poderosas corporações do ocidente.
Mas os ianques não estão sozinhos. China e Rússia também possuem o claro desiderato de disputar o mando dos "puteiros", razão pela qual apoiam o governo de Maduro, não permitindo que Juan Guaidó - que se assanhou a assumir o posto de gigolô - derrube o governo da Venezuela, favoreça os norte-americanos e lhes dê uma rasteira.
Em suma: desde Ciro, passando por Trump, Putin e Xi Jinping, mudou apenas o argumento hipócrita. A ganância sempre fará parte das características da humanidade. Demagogos cínicos nunca faltarão e povos subalternos, desprovidos de brio e vergonha, incapazes de reagir aos impérios como o fizeram os escoceses, sob o chefe Cálgaco(*), também sempre existirão.
Já é tempo do povo brasileiro abraçar o nacionalismo, eis que o internacionalismo, sob a forma de capitalismo global, está a mostrar-se falido. Doravante termos, mais do que nunca, válida, entre os diversos países, a máxima "farinha pouca, meu pirão primeiro". A não ser que o exemplo de solidariedade dado por Cuba, socorrendo outros povos, ante a sinistra virose da moda, mostre-se frutífero e prolifere, do que, sinceramente, duvido muito.
Já é tempo do povo brasileiro abraçar o nacionalismo, eis que o internacionalismo, sob a forma de capitalismo global, está a mostrar-se falido. Doravante termos, mais do que nunca, válida, entre os diversos países, a máxima "farinha pouca, meu pirão primeiro". A não ser que o exemplo de solidariedade dado por Cuba, socorrendo outros povos, ante a sinistra virose da moda, mostre-se frutífero e prolifere, do que, sinceramente, duvido muito.
Não olvidei-me de que, por trás dos nomes dos "estadistas" citados encontram-se os maiores gigolôs de todos os tempos, os banqueiros, ou rentistas, como preferem outros. No fundo, os estadistas são meros prepostos das finanças internacionais, o grande e eterno cancro da humanidade.
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(*) Os romanos invadiram a Escócia em 83, encontraram forte resistência das tribos caledônias locais e reagiram devastando o país. Em resposta às ofertas de paz de Roma, o chefe Cálgaco chamou os romanos de "rufiões do mundo"e disse que "à pilhagem, à matança, e a roubos deram o nome mentiroso de império; fizeram um deserto e chamaram isso de paz" - HARARI - Sapiens.
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