Como, há algum tempo, deliberei atuar na área de Direito Ambiental, estou organizando uma espécie de glossário (que espero nunca terminar, porque os assuntos são muito fascinantes e uma coisa puxa outra).
Um dos itens do dito glossário é, logicamente, "maus-tratos" a animais em geral, perversidade na qual a humanidade se esmera há milênios, ora sob desculpas religiosas, noutros momentos sob motivação econômica, e até sob o falacioso argumento de que "ama os bichinhos", muito comum entre aqueles que engaiolam pássaros ou os colocam em "morteiros", digo viveiros.
Segue apenas uma parte do material já agregado na expressão acima destacada (maus-tratos), que se revela inesgotável.
Pelas outras referências que seguem em negrito, dá para avaliar a amplitude do tema.
MAUS-TRATOS (Ver ACICATE, ACORRENTADO, ASSINALAR, BEZERRO, CASTRAÇÃO A SECO, CHILENAS, CHORONAS, CORTE DE CAUDA E DE ORELHAS, CRUELDADE, DIREITO À HONRA E IMAGEM, ESPORAS, ESTROPIADOS, FERIR ANIMAL, LIMPEZA, MALVADEZAS, MARCAÇÃO, PARCERIA, PAVOR, PECHADA, PERÍCIA, PONTAPÉ EM CÃO, REIUNAR, ROSETAS, SENSIBILIDADE, SCHOPENHAUER)
- Era afável para com todos e indulgente com as criaturas de Deus. Todo o homem, mesmo o mais bondoso, é dotado de uma dureza irreflectida, que se expande contra os animais. O bispo de Digne não era dotado dessa dureza, aliás, peculiar a muitos sacerdotes. Não atingia o exagero do brâmane, mas parecia ter meditado naquelas palavras do Eclesiastes: «Quem sabe para onde vão as almas dos animais?». - VICTOR HUGO - Os miseráveis (XIII).
- CARLOS TESCHAUER - História do Rio Grande do Sul (...) - L&PM Editores/P. Alegre-RS/2002, vol. 1, p. 147:
De todas as espécies de animais ferozes e mansos, que no país se criavam, foram colocados representantes à beira das ruas, por onde a procissão tinha de passar, para assim renderem também eles a sua homenagem ao Criador, que ali, em forma humilde, transitava.
Era este mais um aspecto pitoresco. Aqui, em jaula bem segura, faiscavam os olhos ameaçadores da onça, e lá aparece amarrado o não menos temível tamanduá de figura grotesca. Mais longe, apontam a anta corpulenta, o característico tatu na sua couraça que parece de aço, o coati trepando com muita rapidez um arco, ao lado de papagaios loquazes e róseos colhereiros, e muitos outros representantes da nossa avifauna.
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