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sábado, 18 de abril de 2020

Milicianos obrigam comerciantes a manter portas abertas na Zona Oeste e na Baixada


Criminosos seguem cobrando taxas por estabelecimento e proíbem proprietários de fechar lojas e bares

Por O Dia

Publicado às 16h28 de 17/04/2020 - Atualizado às 17h37 de 17/04/2020


Programas coletivos, como cinema, parques, teatro e afins também estão novamente incluídos na determinação - Caio Garin
Rio - A situação longe do Palácio das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, é bem diferente do que determina o decreto do governador Wilson Witzel, em meio à pandemia do novo coronavírus. A medida estabelece comércios não essenciais devam continuar com as portas fechadas para impedir a circulação da doença. No entanto, na Zona Oeste e da Baixada Fluminense, milicianos atuam para que comerciantes sigam a todo vapor. O objetivo de manter lojas e bares abertos para que taxas cobradas por estes criminosos continuem sendo pagas.
Segundo reportagem do RJTV1, proprietários de comércio e até mesmo vendedores são ameaçados por estes grupos. Eles relatam que três homens aparecem na parte da noite e cobrando R$ 30.
Em uma das denúncias, um comerciante conta que os milicianos justificam que o dinheiro é para pagar a PM. "Nós 'tem' que ficar pra fazer dinheiro pra pagar eles, pra eles 'poder' pagar os caras da cobertura da PM", relata um morador à reportagem do RJ.
Nos relatos, os moradores explicam que muitas vezes ficam sem dinheiro até mesmo para pagar as contas rotineiras, mas ainda assim, são cobrados pela milícia. "Por causa do vírus, a gente não pode pagar nem as contas, quanto mais eles. Outro dia, faltou até o do pão, para tomar café de manhã, aí vão lá em casa para pegar dinheiro? Não tem como", explicou.
Em Itaboraí, na Região Metropolitana, são quatro mortes por coronavírus e 31 casos da doença, mesmo com o comércio fechado desde o dia 23 de março. Ainda assim, milicianos mantém comerciantes com os bares e lojas abertas.
Procurada, a PM informou que segue atuando para que o decreto emitido pelo governador seja cumprido e questionou se todas as denúncias foram registradas em delegacias para que possam ser investigadas. A Polícia Civil e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não se manifestaram até o momento.

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