Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



domingo, 12 de abril de 2020

A China, o covid-19, o governo anticomunista brasileiro e...os banqueiros

Tenho visto, ultimamente, muita gente a opinar sobre a China, movidas tais bocas por um racismo que se pode vislumbrar com extrema facilidade.
Ora invocam o fato dos chineses comerem cachorros - sabedores da sensibilidade atual de grande parte  dos ocidentais em relação aos direitos dos bichos -, em outros momentos invoca-se a má qualidade dos produtos que nos vendem, mas principalmente brandem conta a China o "fato" de estar sob um regime "cumunista", isto é, anticapitalista (embora exploradora de mão de obra barata e detone o meio ambiente), razão pela qual se associa a Cuba e a Venezuela, países contra os quais os norte americanos  possuem as maiores restrições, implementam embargos e dão demonstrações inequívocas da velha teoria do "destino manifesto" que os faz pensar que podem mandar no mundo. 
As mais recentes e vibrantes acusações que estão em voga são  que a China inventou o Covid-19 e que está planejando invadir países da América do Sul (estariam pensando em reeditar as ideias de QÍN SHI HUÁNGDI?) , isto porque seus excedentes populacionais precisariam ser defenestrados. 
Acusações proferidas por um dos filhos do atual presidente do Brasil provocam desconforto, ensejam resposta da embaixada chinesa e afetam, dizem, o agronegócio brasileiro, gerando desemprego, inclusive, eis que o país asiático é um dos maiores compradores de produtos agrícolas do Brasil, declarações desastrosas aquelas que criam prevenção dos homens do campo contra o Executivo federal, a quem ajudaram a eleger, justamente por ter um discurso anticomunista.
As acusações que se dirigem à China, bem lá no fundo, decorrem do fato de que investiu no quintal dos ianques, as Américas e o dirigente chinês, com aquele sorriso simpático - muito diferentemente da caras antipática, debochada e arrogante do Trump - pacientemente, não toma iniciativas no sentido de atacar A ou B, preferindo comer o mingau pelas beiradas, enquanto os ocidentais estão envolvidos numa campanha feroz tendente a desacreditar os chineses entre os demais povos. 
E agora anuncia-se que o governo brasileiro - anticomunista ferrenho, aliado dos americanos, grandes devedores da China, por sinal - enviará vários aviões para transportar da Ásia para o Brasil, os milhões de máscaras de que precisamos para nos defender do Covid-19, que, como dito, a China teria criado. 
Não é uma contradição interessante? A necessidade baixa a cervis de muitos arrogantes.
Ultimamente fala-se muito em "mito" na política brasileira, como sinônimo de algo grande. 
Pois bem: grande é o ínfimo vírus que está em todas as bocas, em todos os países do mundo.  Tornou desprezíveis o poderoso "mercado", mostrou que os "grandes" e poderosos não conseguem enfrentá-lo com eficácia, agitou os bastidores da economia, da política, da filosofia, da engenharia, da Medicina, etc, etc...Igualou tudo por baixo, comunizou, motivou a cooperação e a solidariedade, mitigando a denominada livre concorrência, embora demonstrações de ganância e prepotência - do tipo "as máscaras e os respiradores são nossos"e os outros que se danem!!! ou, como diria um açoriano, "farinha pouca, meu pirão primeiro" - aflorem mundo afora. 
De outro lado, propiciou aos sempre oportunistas rentistas (banqueiros), abocanharem dos cofres da não brasileira (e de muitas outras, provavlmente) mais de um trilhão de "ajuda" ao "combalido" sistema financeiro, apesar dos juros estratosféricos que cobram e dos lucros enormes que demonstraram seus balanços. 
Voltemos à China: ianques disputam com franceses os produtos chineses voltados para conter a pandemia, embora sempre tenham rotulado a produção chinesa como porcaria. A guerra de bastidores para ver quem descobre primeiro a vacina, está acirrada e os laboratórios ocidentais planejam faturamentos monumentais em cima da desgraça que a virose enseja. 
Enfim: o covid-19 está a bagunçar conceitos, destronar presunçosos, humilhar poderosos (com a exceção que  veremos mais adiante), chacoalhar dogmas (científicos e religiosos, principalmente), botar pregadores em pânico (Ah, que saudade dos precisos dízimos!!!), mexer com a humanidade de uma maneira chocante e a mostrar que o regime da China - supostamente comunista, ou melhor, supostamente anticapitalista - na verdade, em nada se diferencia do capitalismo, no que concerne à exploração de mão-de-obra e aspirações imperialistas, dentre outros aspectos.
Se o Covid-19 pensa, deve ter planejado: "vou mostrar a esses humanos presunçosos que as suas religiões e a sua ciência são quimeras, que nada podem, nem mesmo contra seres tão pequenos que invisíveis a olhos nus. Esses tolos, que se têm em grande conta, achando-se alguns influentes e os outros desprezíveis, precisam aprender que a igualdade não é apenas uma ficção jurídica e que as diferenças (alguns adotando ares de superioridade) não passam das ponta dos dedos e dos tais DNAs", salvo para os privilegiados e inescrupulosos de sempre, os banqueiros. Estes são diferentes, manipulam tudo, tirando proveito da desgraça geral e irrestrita, seja o regime capitalista ou comunista, tenha o povo a cor que tiver, as pessoas o sexo que tiverem, a condição social que ostentarem. Os banqueiros não perdoam e não se pejam, mesmo nas conjunturas mais adversas, de explorar a humanidade, esteja ela forte ou fragilizada. 
O atilado Shakespeare, na obra "O mercador de Veneza" mostrou, de maneira inequívoca, onde pode chegar a falta de escrúpulo dos financistas, sejam eles chineses ou norte-americanos, judeus ou muçulmanos. Contra eles, até o covid-19 revela-se impotente, porque um banco é uma corporação, isto é, uma pessoa jurídica, , à qual o vírus não consegue afetar/matar tão facilmente como a nós pessoas físicas, naturais. Eles são, na verdade, a "China" que deveríamos odiar e dar combate incessante. 

Nenhum comentário: