A famosa obra traz um capítulo (p. 106 e seguintes) que trata dos Médicos, doenças e remédios:
Era dos jesuítas que se valiam, em caso de moléstia, os piratininganos.
Foi o que se deu por ocasião da peste de 1563, espécie de varíola de qualidade muito brava. A começar pela garganta e pela língua, cobria-se o corpo inteiro de uma como lepra.
Apodrecidas, as carnes se destacavam, lançando intolerável cheiro e criando gusanos.
Morriam os padecentes em três ou quatro dias.
Os padres de Jesus serviam então de médicos, enfermeiros e boticários, assim aos índios como aos colonos.
Combatiam a doença horrível com sangrias, e também cortando toda a carne, e depois lavando o corpo com água quente.
E prossegue, no interessante capítulo discorrendo sobre as imensas dificuldades da saúde pública naquela época (século XVI). As sangrias em cada paciente chegavam a trinta vezes, para combater a sobejidão de sangue.
A obra também trata do funcionamento da Justiça (ps. 118 e seguintes) e um costume chama atenção: na tradição (entrega) de uma coisa (móvel ou imóvel), incluindo escravo, sacramentava-se a venda pela entrega de um pequeno ramo de árvore. Tal simbolismo durou muito tempo, segundo o autor mencionado. Ele enfatizou: não há gente mais apaixonada pela rotina que a gente do foro, reportando-se ao formalismo exacerbado dos atores do Judiciário.
Em suma: a obra em destaque vale a pena ser lida, pelas incontáveis curiosidades dqueles tempos pretéritos.
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