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quarta-feira, 17 de março de 2021

Sobre a facada fake

Tenho pregado, em várias postagens neste blog e no Facebook, que seria muito importante a divulgação dos prontuários médicos  de JAIR BOLSONARO, atinentes aos procedimentos médicos ditos decorrência da suposta facada, atribuída a Adélio, que se encontra isolado, como doente mental, por decisão judicial. 

Obviamente, já ouvi de vários simpatizantes de Bolsonaro, argumentos contrários à quebra do sigilo médico e de enfermagem, notadamente os de ordem ética. 

Mas, é preciso lembrar, como o fez o médico JAYME LANDMAN (na sua obra Judaísmo e Medicina - Imagro Editora/RJ, p. 155), que nenhum direito, mesmo aqueles escudados na ética profissional, ou na intimidade do paciente, é absoluto. 

O escritor em destaque enfatizou:  O médico é mesmo obrigado a violar o segredo profissional de seu paciente, se esse segredo representar um perigo imediato e até remoto para outras pessoas, como no caso de comunicação obrigatória às autoridades de casos de infecções que podem propagar-se.

Pois bem: no caso do "capetão", a sua eleição foi sabidamente decidida a seu favor pelo episódio, midiatizado à exaustão, da suposta facada. 

É, portanto, da maior importância e de interesse público induvidoso, a bem da democracia, que se apure se a tal facada, efetivamente existiu, ou se não passou de fraudulenta e monstruosa encenação. E o meio mais seguro de se chegar à verdade é o exame dos prontuários médico e de enfermagem pela Justiça, valendo-se de peritos da área médica, da confiança dos magistrados, que produzam laudo sujeito ao contraditório, pela participação de assistentes indicados pelas partes envolvidas no processo.

A ruptura do sigilo, na espécie, não seria exatamente pela necessidade de impedir infecção de propagar-se, como no exemplo citado pelo dr. Landman, mas, curiosamente, a postura de Bolsonaro, enquanto presidente, com relação à pandemia (a ponto de ser rotulado como genocida, ou, mais simploriamente, como "açougueiro"), aproxima a facada da defesa da saúde pública, até porque o presidente eleito como consequência da suposta fraude midiática, é sabidamente negligente, para dizer o mínimo, quando se trata de defender o povo contra a calamidade engendrada pelo Covid-19. 

Em suma: urge que alguém proponha um procedimento judicial tendente a forçar a quebra do sigilo médico de Bolsonaro, no particular da cirurgia a que foi submetido para reparar os efeitos da suposta facada, obrigando-se o Hospital que o atendeu a fornecer à Justiça cópia dos respectivos prontuários, se sorte a serem submetidos à apreciação do seu conteúdo e contribuam para esclarecer a verdade dos fatos.

No que diz respeito a Adélio, considerado inimputável, o mesmo Dr. Landman (obra citada, p. 162/163) relatou uma experiência feita com hospitais psiquiátricos, em que oito "pacientes" (na verdade gente saudável, incluindo profissionais da psicologia, e psiquiatria), fingindo-se doentes mentais, comprovaram, nos EUA, que a avaliação feita em 12 hospitais psiquiátricos diferentes foi um fracasso, pois nenhum deles era esquizofrênico e tal foi o diagnóstico apontado.  

Como Bolsonaro é, sabidamente, o rei da mentira, é muito provável que os prontuários revelassem uma armação desavergonhada. 



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