Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, é preso por suspeita de envolvimento com jogo do bicho
Ele foi preso por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Turnowski deixou o cargo em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal. Delegado Antônio Ricardo, ex-diretor da Delegacia de Homicídios, é alvo de mandado de busca e apreensão.
Por Mohamed Saigg e Elza Gimenez, TV Globo
09/09/2022 06h38 Atualizado há 26 minutos
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O Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta sexta-feira (9), o ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski. Ele foi preso por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Turnowski deixou o cargo em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PL.
Segundo as investigações, ele recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.
A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada.
O ex-secretário foi preso em continuidade às investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, que está preso desde o ano passado, acusado de corrupção dentro da Polícia Civil. Demétrio é investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários e também teria participação na morte do contraventor.
O delegado Antônio Ricardo, ex-diretor da Delegacia de Homicídios, também é alvo da operação. Agentes do MP cumpriam mandado de busca e apreensão na residência dele na manhã desta sexta. Antônio Ricardo é candidato a deputado estadual.
Allan é candidato pelo Partido Liberal (PL) e recebia apoio do governador Claudio Castro na sua candidatura a deputado federal.
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Allan Turnovski e Cláudio Castro — Foto: Reprodução/ Instagram
Allan foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB) e deixou a pasta durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivado por falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.
Depois, em 2020, ele voltou ao posto – que passou a ser uma secretaria do governo do estado – onde ficou até o início deste ano, quando saiu para se candidatar. Sob sua gestão, a pasta inaugurou uma força-tarefa de Combate às milícias, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.
Turnowski também anunciou reformas em 25 delegacias e criou um prédio para o setor de Inteligência da Polícia Civil, no Centro do Rio.
Durante sua gestão, no entanto, Turnowski foi criticado pelas 28 mortes em uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021. O secretário sempre defendeu a ação da Polícia Civil.
Mesmo com uma decisão do STF restringindo operações no Rio durante a pandemia, o número de ações da polícia aumentou entre 2020 e 2021.
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Allan Turnovski — Foto: Reprodução/ Instagram
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Allan Turnowski, secretário da Polícia Civil, Ronaldo de Oliveira, da subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional, e Giniton Lages, diretor das delegacias da Baixada — Foto: Eliane Santos/G1
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