Pe. LUIGI MARZANO – Colonos e missionários italianos nas flzrtestas do Brasil - Edit. da UFSC e P.M. Urussanga/1985, p. 120:
“O colono, mesmo porque é prático, é o inimigo da floresta, que destrói sem compaixão alguma. Ele abate as árvores, depois lança-lhe fogo, destrói uma quantia imensa de rios materiais, e em pouco tempo, daquela luxuriante vegetação não resta mais que cinza.
Em breve, porém, aquela imensa planura será cultivada com cuidado e dará lucros aos colonos.
As melhores árvores que existem nas florestas são as seguintes:
Em primeiro lugar há o sobragi, conhecida rainha das madeiras. É a mais resistente de todas, e depois de anos parece de ferro. Os colonos usam desta madeira para formar os quatro ângulos da casa e também para fazer cercas de estaquetes.
A tajuva serve também para postes a serem fincados no terreno, mas é especialmente procurada para fazer moendas de açúcar.
O ipê duríssimo, muito usado na fabricação de rodas, que é de uma resistência incrível.
A cabriúva e o carvalho bastante resistentes para serem plantados no chão, cercas e paliçadas.
A peroba: a peroba encarnada, muito boa para tacos de pavimento e para paredes tanto internas como externas. A peroba branca que serve só para trabalhos internos. A peroba matambu, que se usa quase só para fazer tábuas ordinárias.
O cedro é a madeira mais procurada para fazer móveis. Há três qualidades: o cedro vermelho, que é o melhor; o cedro rosa, bom também, mas menos resistente; o cedro batata, inerior.
A garuva, madeira muito semelhante à nogueira da Itália, fácil de trabalhar e de belo efeito.
Vem a seguir a canela. Existem bem onze qualidades de canela; negra, amarela, parda, etc.. Em geral é como a nogueira, muito usada para fazer móveis, especialmente mesas, bancos, cadeiras, camas, etc.
O óleo é árvore grossa, de alto fuste, boa para o entalhe. Dela se extrai um líquido como óleo, usado nas doenças reumáticas, e uso externo, nas fricções.
O louro, que serve para tabuinhas de telhados, tábuas de pavimento, bom também para esteios resistentes à umidade.
O Guarapari, de alto fuste, reto, utilíssimo para se fazer longas traves.
O baguaçu e a bicuda são de pouco valor e raramente são usados.
Existem outras variadíssimas espécies, como árvore da quina calizaia, com sua casca medicinal; a granjuva (que conhecemos como grandiuva?), cujas folhas são forragens para os animais; o pinheiro da serra, resinoso como nossos abetos; e outras muitíssimas que não são valorizadas, apesar de boas, e que são destruídas sem piedade.
Além da salsaparrilha e da japecanga, depurativas do sangue por excelência, existem muitas outras, bem conhecidas e usadas nas doenças, pelos índios.
Da maneira como que se está destruindo a floresta terei ocasião de falar mais adiante, ao falar da agricultura”.
Para arrematar é preciso lembrar que - (...) o bem comum prevalece ao particular (...) - Afirmação atribuída pelo Coronel delator JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS, nos Autos da Conjuração Mineira, ao des. Tomás Antônio Gonzaga.
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