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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Academia de Medicina da Venezuela não descarta eficácia das “gotinhas milagrosas” de Maduro


Presidente venezuelano reclamou que seu vídeo anunciando o novo remédio foi censurado e tirado do ar pelo youtube
Por Socialista Morena 27 jan 2021 - 22:22

Maduro com o Carvativir. Foto: Palacio de Miraflores/Divulgação

CYNARA MENEZES

A Academia Nacional de Medicina da Venezuela soltou esta semana uma nota técnica sobre o Carvativir, novo remédio anunciado pelo presidente Nicolás Maduro, em que não descarta sua eficácia contra a Covid-19. “Os extratos de tomilho, incluindo muitos dos óleos essenciais derivados dessa planta, têm potencial terapêutico contra o coronavírus”, diz o texto. “No entanto, é prudente esperar por maiores dados sobre os testes do Carvativir, segundo os protocolos internacionais, para qualificar como candidato a medicamento anti-Covid-19.”

Nesta quarta-feira, Maduro reclamou nas redes sociais que o vídeo em que anunciava o remédio foi censurado e tirado do ar pelo youtube. “Estão me censurando. Me disseram que o youtube censurou a conta da TVT (televisão estatal) que exibiu minha intervenção do domingo onde explico o Carvativir. O Carvativir é uma medicação natural, estudada e comprovada cientificamente na Venezuela e com uso autorizado pelas autoridades sanitárias e farmacológicas”, afirmou.



No primeiro anúncio sobre o novo medicamento no domingo, 24 de janeiro, o presidente da Venezuela assegurava que o Carvativir poderia “neutralizar em 100%” os sintomas da doença. Ele apelidou o remédio de “gotinhas milagrosas do dr. José Gregorio Hernández”, em homenagem a um médico morto em 1919, conhecido no país como “médico dos pobres” e que será beatificado pelo papa Francisco em abril.
Nos últimos dias, Maduro passou a se referir ao Carvativir como um tratamento “complementar” aos sintomas da doença. Nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal El Nacional, o engenheiro químico Raúl Ojeda Rondon, apresentado pelo governo como principal cientista responsável pela pesquisa, assegurou que o Carvativir reduz o tempo de internação porque acelera a resposta imunológica, diminuindo a tempestade de citocinas característica dos casos graves de Covid-19. “Esta é uma pesquisa científica, não política. Foram feitos testes na Turquia, no Irã e nos EUA”, garantiu.

Segundo Ojeda, as pesquisas sobre o medicamento começaram em março do ano passado e terminaram em dezembro, com a participação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas, o Instituto Nacional de Higiene, o Serviço Nacional de Medicina e Ciências Forenses e o Ministério da Saúde.


Ele afirmou que as três fases exigidas internacionalmente para aprovação de remédios foram cumpridas e acompanhadas por um comitê de bioética integrado por 14 especialistas. A próxima fase será a de produção em massa do medicamento e um processo de farmacovigilância para avaliar como se comporta na população em geral.


Raúl Ojeda Rondon, apresentado pelo governo como o cientista responsável pela pesquisa, assegurou que o Carvativir reduz o tempo de internação porque acelera a resposta imunológica, diminuindo a tempestade de citocinas característica dos casos graves de Covid-19

“O remédio reduz o que chamamos em medicina de tempestade de citocinas, que nada mais é do que uma resposta exagerada do sistema imunológico, o que se conhece como inflamação pulmonar através de uma pneumonia atípica por Covid-19. É neste momento que entra o processo de intubação”, explicou o cientista. “Testamos pacientes em condição leve, moderada e grave. Houve pacientes sem oxigênio, com oxigênio a baixa velocidade, com oxigênio suplementar a alta velocidade e pacientes intubados. O Carvativir evita, em muitos casos, a morte. Também possibilita um pós-covid menos agressivo do que normalmente.”

O Carvativir se chama assim porque vem de Carvacrol ou Thymol, uma substância derivada do tomilho (Thymus vulgaris) com o nome químico de 2-metil-5-(1-metiletil)-fenol recombinado, como diz a própria nota da Academia Nacional de Medicina. A utilização do óleo essencial de tomilho no tratamento do coronavírus já havia sido estudada por pesquisadores da Universidade de Brasília no ano passado, com a participação de cientistas do Reino Unido, Polônia, Irlanda e (será coincidência?) Venezuela.

O artigo científico, publicado em outubro na Frontiers in Pharmacology, concluiu que o uso de alguns fitoterápicos pode auxiliar no alívio dos sintomas iniciais da doença, mas que não há evidências de cura.


“Esta é uma pesquisa científica, não política. Foram feitos testes na Turquia, no Irã e nos EUA”, garantiu o pesquisador, afirmando que as três fases exigidas pelas normas internacionais para aprovação de medicamentos foram cumpridas

“Com base nessa análise comparativa, alguns fitoterápicos podem ser úteis como tratamento auxiliar dos sintomas respiratórios, sempre que forem produtos de alta qualidade. Mas é preciso estar atento a qualquer declaração falsa sobre as propriedades medicinais de produtos contendo essas plantas e que não estejam devidamente regulados pelas autoridades sanitárias ou não foram submetidos a controle oficial de sua qualidade”, afirmou a pesquisadora Dâmaris Silveira, do Laboratório de Produtos Naturais da UnB, que coordenou o estudo.

Especificamente sobre o tomilho, os pesquisadores concluíram que a avaliação de seu óleo essencial em ratos mostrou que “apresenta atividade anti-inflamatória” e que, como disse Maduro, não traz efeitos colaterais. “Embora o T. vulgaris não tenha provado clinicamente que forneça alívio sintomático dos sintomas da gripe, ele pode ser útil no alívio dos sintomas respiratórios por meio de efeitos espasmolíticos e anti-inflamatórios”, diz o texto.

O governo da Venezuela afirmou que o novo medicamento será agora submetido oficialmente à OMS (Organização Mundial de Saúde) e à OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde). Até agora os números oficiais apontam para 124 mil casos de coronavírus no país e 1159 mortes.

Fonte: https://revistaforum.com.br/blogs/socialistamorena/academia-de-medicina-da-venezuela-nao-descarta-eficacia-das-gotinhas-milagrosas-de-maduro/

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