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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Crimes contra negros, pobres e esquerdistas têm mentores intelectuais

Quando jovem, empolguei-me e queria ser policial civil. Frequentei a Academia de Polícia Civil de SC, que funcionava no antigo Detran (Canto - Estreito - Florianopolis) e lá havia um delegado-professor (Gainetti) que era portador de uma lesão corporal num dos pés ou perna, se não me engano, fruto de um tiro disparado por um bandido, que reagira durante uma perseguição. 

O curso era para formação de agentes e o aludido professor pregava aberta e insistentemente para que não se tolerasse nada de bandido e se passasse fogo neles, à menor ameaça. 

De outro vértice, tínhamos aulas com o Delegado Fogaça, sujeito de índole completamente avessa ao uso da violência, que pugnava tenazmente pela investigação científica, em vez de tortura para arrancar confissão e procedimentos assemelhados.

Essa introdução foi feita porque imagino que, nas Polícias Militares muitos oficiais instrutores (exceto aqueles de ''índole fogaciana", por assim dizer) devem industriar seus subalternos na mesma linha, haja vista que os casos de violência descontrolada e criminosa envolvendo fardados estão a ganhar proeminência e causar muita preocupação. 

A serviço do Estado, ou fazendo "bicos", são inúmeros os policiais que extrapolam, lesionando pessoas a socos, golpes "mata leão"), cassetetes e gás de pimenta, fazendo-as, em outros casos, desaparecer, mutilando-as com balas de borracha ou fuzilando-as, simplesmente porque foram doutrinados para demonstrar poder, força e muita maldade. 

Urge pensar-se em responsabilizar, juntamente com policiais criminosos, em alguns casos, dependendo de prova, obviamente, os oficiais que se incumbem da formação do caráter dessa gente. 

Há uma tara, nesses homens e mulheres, não só por dominar, como machucar e até matar pessoas que cometam delitos, ou até mesmo sejam inocentes, quando muito petulantes e resistam aos excessos da polícia.

As guardas municipais caminharão na mesma senda. Seus membros já estão a considerar-se "autoridades", com direito a toda sorte de abusos. 

As vítimas dos destemperos dos servidores públicos da área de segurança multiplicam-se, tripudiando as "autoridades-criminosas", principalmente, contra negros e negras, pobres, índios e militantes de esquerda, que ousam enfrentá-los ou simplesmente questionar excessos. 

Não se pode esquecer que, além dos instrutores, contribuem para esse lamentável estado de coisas, Corregedores ineptos ou simpatizantes da violência, assim como membros do Ministério Público e Magistrados tolerantes, muitos de ideologia igualmente totalitária e que "passam pano" perfumado na sujeira dos policiais e guardas. 

Se continuarmos tolerando esse abjeto quadro de antidemocracia, não haverá como não classificar também o Estado como "criminoso". 

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