É a terceira vez que o governo de Minas atrasa 13º dos servidores
Por Julinho Bittencourt 30 nov 2020 - 09:18
Romeu Zema - Foto: Reprodução/Globonews
O governo de Minas Gerais não vai pagar, pela terceira vez consecutiva, o 13º do funcionalismo público em dia. O plano é pagar R$ 2 mil a todos os servidores, sem previsão de quando o restante será quitado.
A única alternativa proposta para pagar o 13º, de acordo com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), é a privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Para tal, no entanto, Zema vai precisar da autorização da Assembleia Legislativa e o assunto ainda não foi posto em votação.
A previsão orçamentária enviada por Zema à Assembleia Legislativa para 2021 prevê déficit de R$ 11 bilhões. O Estado tem déficit orçamentário desde 2015.
Outra possibilidade de injeção de recursos pode vir da Vale. O governo, o Ministério Público e a Defensoria Pública cobram da mineradora indenização por danos à economia do Estado e danos morais coletivos pela tragédia de 2019 em Brumadinho.
“A Vale ofereceu R$ 21 bilhões e nós estamos pedindo R$ 54 bilhões”, disse ao Valor Econômico o secretário-geral do governo de Minas Gerais, Mateus Simões. Uma segunda audiência de conciliação está marcada para o dia 9. O dinheiro da Vale não poderá ser usado para o 13º, mas apenas em obras de infraestrutura.
Redução do Estado
A privatização da Cemig, bem como de várias outras estatais, é um desejo de Zema que vem desde que assumiu o governo. Em agosto de 2019, ele fez duras críticas à empresa que, para ele, teria se esquecido do motivo de sua existência, o que torna fundamental a sua privatização. O governador mineiro participava da 20ª Conferência Anual Santander.
Na época, ele disse que a Cemig estaria criando obstáculo para, entre outras coisas, ligar em suas redes a energia fotovoltaica produzida no Estado.
Zema afirmou ainda, na ocasião, que esperava investimentos de R$ 7 bilhões em concessões de ferrovias nos próximos 20 anos. “Quero ser lembrado como o governador que mais perdeu poder por ter privatizado, reduzido o tamanho do Estado”, disse.
O governador afirmou ainda que o maior legado que pretende deixar para o povo mineiro será a reforma das leis de forma a impedir que seus sucessores façam o que seus antecessores fizeram.
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