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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Nova denúncia do MP-SP contra Thiago Brennand inclui estupro, cárcere, tortura, lesão e ameaça ao obrigar modelo a tatuar nome dele

Empresário que agrediu modelo em academia de SP e foi preso nesta quinta pela Interpol nos Emirados Árabes também foi denunciado por coação, constrangimento ilegal, ameaça e divulgação da intimidade sexual da vítima, com cenas de sexo.


Por Kleber Tomaz, Patrícia Marques, Carlos Henrique Dias, Esther Radaelli e Valmir Salaro, g1 SP e TV Globo — São Paulo

14/10/2022 11h20 Atualizado há 3 horas




Thiago Brennand: Veja acusações contra empresário



O empresário e herdeiro Thiago Antônio Brennand, réu após agredir uma modelo em São Paulo e preso nesta quinta-feira (13) pela Interpol nos Emirados Árabes, foi denunciado mais uma vez, nesta sexta, pelo Ministério Público de São Paulo.

Agora, o MP acusa Brennand de ter cometido outros nove crimes contra uma mulher que foi obrigada a tatuar as iniciais dele em Porto Feliz, interior de São Paulo.

Brennand está sendo denunciado por: estupro (cinco vezes), cárcere privado, tortura, lesão corporal de natureza gravíssima, coação no curso do processo, constrangimento ilegal (três vezes), ameaça (quatro vezes), registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes).

A Promotoria de Porto Feliz ainda pediu à Justiça a decretação de nova prisão preventiva contra Thiago. A denúncia ainda precisa ser aceita pela Justiça para ele se tornar réu por esses crimes.

O g1 não conseguiu localizar a defesa de Thiago para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.

O tatuador que, a pedido de Brennand, colocou as iniciais dele na vítima foi denunciado pelos crimes de tortura e lesão corporal gravíssima, segundo o MP. O nome do profissional não foi divulgado.



Uma das três mulheres que acusam Thiago Brennand Fernandes Vieira de tatuar as iniciais do nome dele — Foto: Reprodução/Divulgação/Arquivo pessoal


Ida ao exterior após vídeo com agressão

Brennand foi preso pela Interpol após ficar foragido desde setembro. Ele virou réu por agressão após aparecer em um vídeo agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia de São Paulo. Ele havia deixado o Brasil em 3 de setembro, poucos dias após reportagem do Fantástico revelar as agressões.

Enquanto o empresário estava no exterior, se tornou réu por lesão corporal contra a mulher na academia e corrupção de menores - por ter incentivado o filho adolescente a também ofender a vítima.

Em 9 de setembro, a Justiça deu prazo de 10 dias para Brennand retornar ao Brasil, mas ele não voltou. Em 27 de setembro, foi determinada a prisão dele por não ter se apresentando e não ter entregado o passaporte. Segundo sua defesa alegou à época, ele voltaria ao Brasil em 18 de outubro.

A prisão de Brennand se deu na capital dos Emirados Árabes, Abu Dhabi. De acordo com a PF, ele deverá permanecer na cidade aguardando os trâmites relativos ao processo de extradição para o Brasil.

O empresário Thiago Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram
Justiça de São Paulo decreta prisão preventiva de Thiago Brennand

O caso de agressão, com as imagens de dentro da academia, foi revelado em agosto pelo Fantástico. Depois disso, novas denúncias com relatos de estupro, cárcere privado, agressões e ameaças a outras mulheres vieram à tona.


O empresário não chegou a ser interrogado, mas a Justiça já havia proibido que ele frequentasse academias e se aproximasse de testemunhas do caso que foi exibido no Fantástico.

O Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência (NAVV) do Ministério Público tinha começado a ouvir as 11 novas vítimas que acusam Brennand de crimes. Entre elas, estão nove mulheres que disseram ter sido estupradas por ele. Três falaram que ele as obrigou a tatuarem as iniciais dele em seus corpos.

Os casos teriam ocorrido entre 2021 e este ano em Porto Feliz, no interior paulista, onde o empresário tem residência num condomínio de alto padrão. As vítimas eram mulheres que o conheceram pelas redes sociais ou pessoalmente e tiveram algum contato ou relacionamento com ele.

Mulher relata agressões e diz ter sido obrigada a tatuar iniciais de empresário: ‘É um monstro’

Além das mulheres, ao menos dois homens acusam o empresário de agressões. Um foi um enfermeiro de um hospital na capital paulista, outro foi um garçom de um hotel em Porto Feliz.

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