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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Padre preso por abuso sexual foi afastado por assediar filhos de PMs


Tenente e sacerdote do ordinariado militar do Distrito Federal, Jerfson dos Santos, é alvo de apuração por assédio cometido contra jovens


24/10/2022 2:00, atualizado 24/10/2022 9:22
Reprodução


O padre Jerfson dos Santos e Santos, tenente e sacerdote do ordinariado militar do Distrito Federal, preso, em flagrante, por abusar sexualmente de um adolescente de 16 anos, já havia sido afastado de suas funções na capelania da corporação por denúncias envolvendo crimes sexuais.


O oficial é alvo, desde o final de 2021, de apurações conduzidas pelo Departamento de Controle e Correição (DCC) da Polícia Militar que investiga denúncias que o acusam de assediar filhos de colegas que frequentavam as missas celebradas pelo religioso. Em um dos casos, o padre teria convidado o filho de um dos policiais que frequentava a igreja para viajar com ele até Caldas Novas.

Após as denúncias, o então bispo militar afastou Jerfson até que as investigações fossem concluídas. Na última sexta-feira (21/10), o padre acabou preso por importunação sexual contra um adolescente que vendia bombons, em Águas Claras, próximo ao prédio onde o religioso morava.

Veja imagens do padre preso por importunação sexual:

O padre havia sido afastado após denúncias de abuso sexual

Reprodução


O caso é alvo de apuração na corregedoria da PM
Reprodução


O padre teria convidado o filho de um militar para viajar com ele para Caldas NovasReprodução
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As denúncias dão conta que o padre assediava filhos de policiais militaresReprodução


O caso é apurado pela 21ª Delegacia de PolíciaReprodução
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O sacerdote é acusado por um adolescente de 16 anos de ter oferecido dinheiro em troca de sexoReprodução


O padre havia sido afastado após denúncias de abuso sexualReprodução


O caso é alvo de apuração na corregedoria da PMReprodução
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Importunação sexual

No último episódio, o adolescente supostamente assediado pelo padre disse à polícia que vendia bombons quando o militar se aproximou com o carro e falou que levaria os chocolates, mas, como não tinha dinheiro vivo no momento, o jovem teria que ir até o apartamento do policial, que ficava perto do local. Acreditando no religioso, o menino entrou no carro e começou a observar atitudes suspeitas.

Primeiro, o homem ofereceu o carro para ele dirigir. Depois, indicou onde morava, subiu ao apartamento com o garoto e começou a passar as mãos no corpo dele. O padre ainda disse que daria um dinheiro pelos bombons e que queria um “brinde”, se referindo a algum ato sexual.

A vítima conta ainda que conseguiu convencer o militar de ir embora, mas que ele ofereceu ao garoto uma carona até a estação de metrô. Voltando ao carro, o padre teria dado novamente a direção ao menino, que, em certo ponto, disse que um pneu estava furado. Quando o militar saiu para conferir, o adolescente acelerou e pediu ajuda para quem estava por perto.
Abusos sofrido

Orientado sobre ir até uma delegacia, ele chegou na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e relatou os abusos sofridos. Como o padre tinha a chave de pix do menino com o número de celular, passou a enviar mensagens ao garoto com ameaças, dizendo que ele teria problemas caso não devolvesse o carro ou contasse a situação para a polícia.

Foi combinado que a vítima do abuso deixaria o veículo no estacionamento de um supermercado de Águas Claras. No local, policiais civis esperaram o tenente da PM. Abordado, ele acabou preso em flagrante com base no depoimento e nos prints da conversa.
Versão do PM

Padre e militar da PMDF, o acusado negou o crime e contou uma versão diferente na delegacia. Ele disse que estava em Taguatinga Norte para ir ao mercado, mas não soube detalhar o nome do estabelecimento. Por perto, viu o garoto vendendo os bombons, parou e se ofereceu para comprar uma caixa inteira, mas sugeriu que o adolescente passasse a trabalhar em Águas Claras, onde o fluxo de pessoas era maior.

Segundo ele, o garoto disse que morava em Águas Lindas e não sabia como chegar lá. O padre, então, teria oferecido carona. O militar ainda argumenta que foi o menino que pediu para dirigir e só deixou porque achou que ele teria 18 anos.

Sobre a importunação sexual, o padre alegou que apenas pegou na perna do garoto dentro do carro, dizendo que ele dirigia muito bem, porque estaria surpreso com a habilidade. Outra parte da história contada na delegacia que chamou atenção foi a descrição de como eles foram parar no apartamento.

O homem diz que o adolescente perguntou onde ele morava e indicou o caminho. Quando o carro se aproximou do portão da garagem do prédio, ele teria aberto sozinho, por causa de uma TAG de identificação veicular. O acusado também se defende contando que foi o garoto que pediu para subir e, dentro da casa, teria prometido “algo a mais” caso ele comprasse todos os bombons, que seriam favores sexuais.

O padre ainda conta, na versão, que teria recebido uma proposta sexual do garoto por R$ 500. Sobre o furto do carro, ele diz que chegou a ligar para a PM, mas desistiu de formalizar a denúncia quando recebeu mensagem do garoto negociando a entrega.
Preso

Os prints das mensagens trocadas entre os dois foram anexadas ao processo e um primo da vítima foi contatado. A prisão do padre foi informada à corregedoria da Polícia Militar e um PM foi até a delegacia. Ele conduziu o autuado ao 19° Batalhão de PMDF. O padre foi nomeado como capelão militar da PMDF em janeiro de 2020.

O que diz a PMDF

Em nota, a PMDF disse que o capelão encontrava-se afastado de suas funções no âmbito da Polícia Militar e da igreja, aguardando decisão de processo que tramitava no âmbito da Igreja Católica.

“Ao ser acionada, a Polícia Militar prontamente deslocou à delegacia para as providências cabíveis. Cabe salientar que nossa Bicentenária Corporação está nas ruas 24 horas por dia, 07 dias por semana, em todas as Regiões Administrativas, para bem servir e proteger a Sociedade da Capital e não coaduna com fatos que sejam contrários a legislação e regulamentos em vigor”, destacou a corporação.

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