Uma entre seis pessoas passa fome no mundo, aponta estudo alemão
Iniciou-se nesta
segunda-feira (11/10), em Roma, a Cúpula Mundial da Alimentação, com
duração de uma semana. Ela é promovida pela Comissão Mundial de
Alimentação, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), e que reúne representantes governamentais,
organizações de ajuda e instituições da ONU, entre outros.
O tema central do
encontro é a procura de soluções no combate à fome no mundo. A
comunidade internacional se propõe a, até 2015, reduzir à metade o
número de famintos no mundo.
Fome avançou em 20 anos
Praticamente uma em
cada seis pessoas em todo o mundo padece de fome: atualmente há 925
milhões de famintos, 75 milhões a mais do que em 1990. Pobreza,
conflitos e instabilidade política são as causas principais. Estes
dados constam do Índice Mundial da Fome, apresentado na segunda-feira
pela Ação Agrária Alemã (Welthungerhilfe) em Berlim, por ocasião da
cúpula em Roma. Seu foco, este ano, é a fome entre as crianças.
O documento
considerou que a situação em 29 nações em desenvolvimento é "alarmante"
ou mesmo "extremamente alarmante". Exceto Haiti e Iêmen, os atingidos
são países do continente africano. A situação é especialmente dramática
na República Democrática do Congo, no Burundi, Eritreia e no Tchad.
Além de contar com a
participação da ONG alemã, o estudo foi realizado pelo instituto de
pesquisas International Food Policy Research Institute (Ifpri) e a
organização humanitária Concern Worldwide. As instituições compilaram
dados de 122 países, comparando a porcentagem de pessoas subnutridas, o
número de crianças abaixo do peso normal e a mortalidade infantil.
Círculo vicioso da fome
No Congo, assolado
pela guerra desde a década de 1990, três quartos da população sofrem de
subnutrição, e sua taxa de mortalidade infantil é a mais elevado de
todo o mundo. Segundo o Índice da Fome, a guerra civil provocou "um
colapso da economia, deslocamentos humanos em massa e insegurança
crônica quanto aos alimentos".
Bärbel Dieckmann (e) e Klaus von Grebmer, diretor de Relações Públicas do IFPRI
A subnutrição entre
crianças menores de dois anos constitui um dos maiores desafios no
combate à fome, constata a ONG alemã, pois a carência alimentar nos
primeiros mil dias de vida comprometeria irreversivelmente a saúde e o
rendimento dos afetados.
"As mães que foram
subnutridas na infância frequentemente dão à luz bebês abaixo do peso
normal. É preciso romper esse círculo vicioso através de aconselhamento
consequente e apoio ao desenvolvimento", declarou Bärbel Dieckmann,
presidente da organização, durante a apresentação do Índice Mundial da
Fome.
Cerca de 90% das
crianças com desnutrição crônica vivem na África e no sul da Ásia. Nos
países em desenvolvimento, 195 milhões de menores de cinco anos são
considerados pequenos demais para a sua idade e, portanto,
subdesenvolvidos.
Dieckmann apelou ao
governo alemão para que posicione os temas desenvolvimento rural e
segurança alimentar no centro de seu trabalho de ajuda ao
desenvolvimento.
AV/afp/epd/kna
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: DEUTSCHE WELLE
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: DEUTSCHE WELLE
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