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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ratos em Curitiba - Animados pela movimentação eleitoral?

Infestação de ratos põe Paraná em alerta

Multiplicação de roedores preocupa na região metropolitana de Curitiba. Animais podem transmitir doença cuja taxa de letalidade está próxima de 30%
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Hantavirose
Os sintomas da doença aparecem de 4 a 60 dias após a contaminação. No Paraná, a média é de 15 dias para o aparecimento dos primeiros sinais. Veja quais são eles:
- Febre
- Dor de cabeça
- Mal-estar geral
- Dores no corpo
- Dificuldade respiratória que aparece rapidamente, “da noite para o dia”. Este é o principal fator que caracteriza a hantavirose.
Cuidados
A pessoa contaminada deve procurar um hospital e informar que esteve em área silvestre. A informação é importante para a prescrição do tratamento adequado. Veja as medidas para evitar os ratos:
- As casas devem manter uma distância mínima de 50 metros da área de plantio e da mata;
- A área deve ser limpa, com a grama aparada e sem entulhos que podem servir de abrigos para os ratos;
- Não deixe os grãos de um dia para o outro na área de colheita. Os ratos podem se aninhar entre os produtos;
- O paiol para armazenar grãos deve ser arejado, com portas e janelas. Antes de entrar, lave o local com uma solução cuja proporção é de um litro de água sanitária diluído em nove litros de água. Espalhe-a pelo local com cuidado para não levantar poeira e deixe agir por 30 minutos;
- Em casa, guarde os alimentos em latas e não os deixe abertos;
- Use barreiras na soleira das portas para impedir a entrada dos ratos;
- Feche as janelas ao anoitecer. Ratos silvestres têm hábitos noturnos;
- Em caso de infestação, procure a Vigilância Sanitária do município.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde.
Zoonose
Meio urbano também exige precauções
Enquanto a área rural sofre com as ratadas, é preciso lembrar que o combate aos ratos nas regiões urbanas também deve ser constante.
Em Curitiba, o foco das ações de combate são as ratazanas, que transmitem a leptospirose, doença com altos índices de letalidade. O biólogo responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses e Vetores da Secretaria Municipal da Saúde, Juliano Ribeiro, ressalta que a participação da população é indispensável. “Para resolver o problema de qualquer praga urbana é preciso evitar a água, o alimento, o abrigo e o acesso dos animais”, alerta.
A orientação é evitar o contato com a água de enchentes, com a lama da chuva ou áreas próximas a rios, que podem estar contaminadas com a bactéria da leptospirose, que apresenta fácil penetração na pele. É preciso vestir luvas e botas para lavar áreas que podem estar contaminadas. “Em Curitiba a leptospirose é muito grave. A doença afeta os pulmões e o clima da cidade favorece os problemas respiratórios”, explica Ribeiro. Assim como nas propriedades rurais, os moradores do meio urbano devem guardar adequadamente os alimentos, não deixar o lixo aberto e manter os terrenos limpos, sem entulho ou mato alto.
Pelo menos 25 proprietários rurais de Campina Grande do Sul e Quatro Barras, ambas na região metropolitana de Curitiba, estão sofrendo com a infestação de ratos silvestres em suas terras. O fenômeno é conhecido como “ratada” e acontece durante o período de seca da planta taquara, uma espécie de bambu que serve de alimento para os roedores. Quando essa planta perde as sementes, os ratos procuram por comida nas casas e propriedades rurais. Diante da situação, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) enviou alerta aos demais municípios do Paraná. Por enquanto, nenhuma outra cidade registrou ocorrências.

Neste ano, a seca da taquara coincidiu com a época em que os ratos estão mais ativos biologicamente por causa da reprodução e pelo nascimento de novos animais, o que provoca aumento na população desses bichos. O último registro de ratada no estado foi entre 2004 e 2005 nas regiões de União da Vitória, General Carneiro, Guarapuava, Irati, Pato Branco e Cascavel. Antes disso, o fenômeno havia sido registrado em meados da década de 70.

“É um inferno, os ratos atacam toda a ração para criação animal”, reclama o proprietário rural Ivanir Zanela. Morador de Quatro Barras, em apenas um dia chegou a recolher mais de 30 ratos. Para conter o avanço dos animais, Zanela coloca ração em diversas áreas do sítio onde trabalha em Quatro Barras. O produto misturado com veneno fica exposto no paiol, no galinheiro, na estrebaria e no chiqueiro durante a noite, quando os ratos saem das tocas. Durante o dia, o chacareiro retira o produto para que os animais de criação não tenham contato com o veneno. Uma máscara é a única proteção usada por ele.
Zanela conta que o problema começou há cerca de um mês e meio, mas a mobilização dos demais produtores ganhou força há 20 dias. Ainda sem receber nenhuma visita da equipe da Vigilância Sanitária do município, ele acredita que conseguiu reduzir o número de animais na propriedade com o veneno. “Mas se sair com o carro por aí, você não vence de contar os ratos que estão na estrada”, afirma.
Doenças
A grande preocupação das autoridades de saúde é a transmissão da hantavirose pelos ratos silvestres. O vírus é transmitido pela urina, fezes e saliva do animal em contato com os humanos e a doença afeta principalmente os pulmões e o coração. A forma mais comum de contágio é pela respiração, quando acontece a inspiração da poeira contaminada. A doença também é transmitida pelo contato de machucados com as excreções, pela ingestão de alimentos contaminados e pela mordida do rato infectado, que é a maneira mais rara.
A chefe da Divisão de Zoo­noses e Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde (Sesa), Gisélia Burigo Rúbio, ressalta que os cuidados dos proprietários são determinantes para impedir a aproximação dos ratos. “Os cuidados são fundamentais para afastá-los. Para isso é preciso evitar que os alimentos fiquem expostos”, explica. Gisélia ressalta ainda que o uso de veneno deve ser feito com orientação dos órgãos de controle e que o produto deve ser registrado. “A Vigilância Sanitária faz o controle químico seguro. É preciso seguir as orientações”, alerta. Ela também não recomenda a queima dos animais, que pode causar grandes incêndios, ou tentar matá-los a pauladas, pois as excreções podem respingar e acarretar a contaminação.
Nesta semana, equipes da Vigilância Sanitária dos dois municípios e da Sesa fizeram visitas a alguns proprietários. Os técnicos coletaram animais para verificar se os ratos estão ou não infectados com a hantavirose. Diagnosticada em 1992, a doença já registrou até hoje 198 casos no Paraná, com 71 mortes. Até 2004, o estado apresentava os maiores índices da doença no país. Com as medidas de controle adotadas após a última ratada, caiu para a terceira colocação.

Fonte: GAZETA DO POVO

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