Conselho Constitucional francês derruba última barreira para proibição de véu islâmico
O
Conselho Constitucional da França aprovou nesta quinta-feira a lei que
proíbe o uso em lugares públicos de véus islâmicos que cubram total ou
parcialmente o rosto da mulher.
A lei, que
ainda precisa ser sancionada pelo presidente, foi aprovada apenas com
uma pequena modificação: não será aplicada em locais públicos onde
ocorram cerimônias religiosas, onde poderia violar o princípio de
liberdade religiosa.
A lei estabelece que
a mulher que usar o niqab (véu que deixa apenas os olhos de fora) ou a
burca (que cobre os olhos com uma espécie de rede) estará sujeita a uma
multa de 150 euros (cerca de R$ 348) e poderá ser obrigada a fazer um
curso de cidadania francesa.
Já homens que
obrigarem mulheres a utilizar esses véus podem ser condenados a multas
de 30 mil euros (cerca de R$ 76 mil) e a penas de até um ano de prisão.
As
mulheres que forem flagradas desrespeitando a lei não serão obrigadas a
tirar o véu na rua, mas terão que ir até uma delegacia para serem
identificadas. Turistas também poderão ser multadas.
Recurso e apoio
Depois
da aprovação pelo Conselho Constitucional, órgão que chancela as
decisões do Senado antes de serem assinadas pelo presidente, a lei
deverá ser aplicada na França a partir da próxima primavera.
No
entanto, um último recurso contra a aplicação da lei ainda é possível
na Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo (leste da França).
O
veto tem amplo apoio da população francesa, do presidente Nicolas
Sarkozy e de boa parte do governo. O ministro da imigração, Eric
Besson, por exemplo, classificou a burca como “um caixão ambulante”.
Na
França, já era proibido nas escolas o uso de véus, crucifixos, quipás
(solidéu usado pelos judeus) e outros símbolos religiosos.
O
críticos da lei afirmam que apenas uma minoria das muçulmanas na França
usa o niqab ou a burca (2 mil, segundo o Ministério do Interior) e
acusam o presidente Sarkozy de, com esta medida, tentar conquistar mais
votos da direita do país.
Com a aprovação,
a França passa a ser o primeiro país europeu a pôr em prática o veto ao
uso do niqab e da burca. Bélgica, Espanha e Holanda também estão
discutindo proibições semelhantes.
Fonte: BBC
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