Enviado por Marcio Antonio Campos, 05/10/2010 às 16:54
A crítica do Vaticano ao Nobel de Medicina tem fundamento
O Vaticano voltou a ser a Geni da vez ao criticar a escolha, para o Prêmio Nobel de Medicina, do britânico Robert Edwards, pioneiro da fecundação in vitro.
Reuters
Edwards é professor emérito da Universidade de Cambrigde e foi um dos criadores do método de fertilização in vitro, em 1978.
O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, lembrou que, se hoje andamos discutindo o destino de milhares de embriões congelados que sobram em clínicas de fertilização, é por causa justamente dos processos de fecundação in vitro. É ou não é verdade? Claro, alguém poderia dizer que essa farra de embriões excedentes é um abuso da técnica, e, como dizemos, "o abuso não tolhe o uso". Mas será mesmo um abuso? Entrevistei um geneticista há alguns anos e, segundo ele, é inviável criar apenas um ou dois embriões para implantar no útero. A chance de dar errado é grande, e isso exigiria repetir novamente toda a técnica de fertilização, o que tem seu preço (e não é baixo).
O presidente da PAV ainda afirmou
que, na melhor das hipóteses os embriões estão à espera "para serem
transferidos para o útero, mas mais provavelmente acabarão por ser
descartados ou morrer". Além disso, hoje a reprodução assistida está
num estado de confusão, "com a situação incompreensível de crianças
nascidas de avós e mães de aluguel". No fundo, o que o monsenhor
espanhol está querendo dizer é que devemos fazer uma discussão sobre o
que significa exatamente um filho ou um embrião.
A Federação Internacional das Associações Médicas Católicas também soltou um comunicado, do qual ressalto alguns trechos: "Embora a fertilização in vitro tenha levado alegria para os muitos casais que puderam ter filhos por esse processo, fez isso a um custo enorme. Muitos milhões de embriões foram criados e descartados durante o processo da fertilização (...) Este uso conduziu a uma cultura na qual eles são considerados como commodities em vez de preciosos indivíduos humanos, que é o que eles são."
A Federação Internacional das Associações Médicas Católicas também soltou um comunicado, do qual ressalto alguns trechos: "Embora a fertilização in vitro tenha levado alegria para os muitos casais que puderam ter filhos por esse processo, fez isso a um custo enorme. Muitos milhões de embriões foram criados e descartados durante o processo da fertilização (...) Este uso conduziu a uma cultura na qual eles são considerados como commodities em vez de preciosos indivíduos humanos, que é o que eles são."
Nessas horas é bom lembrar o que disse, em Brasília, o
geneticista francês Jerome Lejeune, descobridor da anomalia que leva à
Síndrome de Down: "No comportamento social, separar o prazer e o amor
da reprodução e, por consequência, do filho, é um erro de método. Isso
pode assim ser resumido: a pílula significa fazer amor sem fazer filho;
a fecundação extracorpórea significa fazer filho sem fazer amor; o
aborto significa desfazer o filho e a pornografia ou promiscuidade
significam desfazer o amor. Nada disso é compatível com a dignidade
humana."
Fonte: GAZETA DO POVO
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