21/10/2010
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08h09
Campanha de Serra faz ofertas a evangélicos
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A campanha de José Serra (PSDB) está oferecendo benefícios a igrejas
evangélicas e a entidades a elas ligadas em troca de apoio de pastores à
candidatura tucana. O mesmo foi feito na campanha do governador eleito
de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O responsável pelo contato com os líderes é Alcides Cantóia Jr., pastor da Assembleia de Deus em São Paulo.
Ele responde pela "coordenadoria de evangélicos" da campanha, criada
ainda no primeiro turno exclusivamente para angariar apoios entre
evangélicos.
Tucanos admitem oferecer os benefícios a evangélicos
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"Disparo entre 150 e 200 telefonemas por dia, mais ou menos", diz
Cantóia, que trabalha numa espécie de guichê montado no térreo do
edifício Praça da Bandeira (antigo Joelma), quartel-general da campanha
de Serra. No local, ele também recebe pastores para "um café".
Os telefonemas são feitos para pastores de várias denominações em todo o
Estado de São Paulo, em busca de pedido de voto em Serra entre os fiéis
de suas respectivas igrejas.
Segundo Cantóia, entre os argumentos para conquistar o engajamento dos
evangélicos, além do discurso relativo a valores, como a posição
contrária à descriminalização do aborto, está a promessa de apoio a
parcerias entre essas igrejas e entidades assistenciais a elas
vinculadas com prefeituras e governo, em caso de vitória tucana.
Como exemplo, cita a possibilidade de, com os tucanos no poder, igrejas
poderem oferecer apoio a crianças e adolescentes, complementando o
período que elas passam na escola. Assistência a idosos também é citada.
"O objetivo é levar as crianças para dentro da igreja", afirma o pastor.
"Esse é um dos argumentos. Seriam igrejas em tempo integral,
complementando a atividade da escola."
Cantóia afirma, também, tentar intermediar demandas recebidas de
pastores junto a prefeituras. Por exemplo, pedidos para que entidades
funcionem como creche ou que virem intermediárias do programa Viva
Leite, do governo estadual.
Alcides diz ter sido um dos articuladores que levou os pastores Silas
Malafaia, do Rio de Janeiro, e José Wellington Bezerra, de São Paulo,
ambos da Assembleia de Deus, a gravarem depoimentos de apoio a Serra,
exibidos em sua propaganda na TV.
O Conselho dos Pastores de São Paulo, que reúne representantes de
diversas denominações protestantes, estima que cerca de 80 mil pastores
em SP apoiem Serra.
Fonte: FOLHA DE SP
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